Tempestade solar pode atingir o campo magnético da Terra nesta quarta-feira (3)

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Ventos solares de alta velocidade expelidos de um “buraco” na atmosfera do Sol devem atingir o campo magnético da Terra na quarta-feira (3), desencadeando uma tempestade geomagnética de grau G1 – a mais fraca em uma escala de cinco níveis.

Segundo o Spaceweather.com, meteorologistas do Centro de Previsão de Tempo Espacial (SWPC) da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA fizeram a previsão ao observar que “o material gasoso está fluindo de um buraco sul na atmosfera solar”. 

Buracos coronais são áreas na atmosfera superior do Sol onde o gás eletrificado (ou plasma) de nossa estrela é mais frio e menos denso. Esses buracos também são onde as linhas de campo magnético do Sol são “cuspidas” para o espaço. Isso permite que o material solar se acomode em um fluxo que viaja a velocidades de até 2,9 milhões de km/h, de acordo com o Exploratorium, um museu de ciência situado em São Francisco, no norte da Califórnia.

Em planetas com fortes campos magnéticos, como o nosso, essa corrente de detritos solares é absorvida, desencadeando tempestades geomagnéticas.

Durante esses fenômenos, o campo magnético da Terra é comprimido ligeiramente pelas ondas de partículas altamente energéticas, que escoam pelas linhas de campo magnético perto dos polos e agitam moléculas na atmosfera, liberando energia na forma de luz para criar auroras.

No caso da tempestade prevista para esta quarta, por ser de grau G1, ela é considerada fraca, mas com potencial suficiente para causar pequenas falhas nas redes de energia e impactar algumas funções de satélite — incluindo aquelas para dispositivos móveis e sistemas GPS. 

Já as tempestades geomagnéticas mais extremas podem interromper o campo magnético do nosso planeta poderosamente o bastante a ponto de derrubar satélites na Terra, segundo informa o site LiveScience. De acordo com especialistas, tempestades geomagnéticas extremas podem até mesmo danificar a internet. 

Detritos que eclodem do Sol, ou ejeções de massa coronal (CMEs), geralmente levam cerca de 15 a 18 horas para chegar à Terra, de acordo com o SWPC.

Desde 1775, os astrônomos sabem que a atividade solar aumenta e diminui em ciclos. Recentemente, no entanto, o Sol tem sido mais ativo do que o esperado, com quase o dobro do surgimento de manchas solares previstas pela NOAA.

Os cientistas preveem que a atividade solar subirá constantemente pelos próximos anos, atingindo um máximo global em 2025 antes de diminuir novamente. Um artigo publicado no mês passado na revista Astronomy and Astrophysics propôs um novo modelo para a atividade do Sol contando separadamente manchas solares em cada hemisfério — um método que os pesquisadores do artigo argumentam que poderia ser usado para fazer previsões solares mais precisas.