NASA faz anúncio histórico sobre missão para Marte

Agência espacial vai reformular missão mais ousada realizada para Marte até hoje

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A NASA atualizou, nesta segunda-feira (15), os planos para a Mars Sample Return, a missão mais ousada já completamente planejada para Marte. De acordo com a agência, os custos do projeto tornam a sua execução inviável nas condições atuais, o que vai levar a uma adequação no orçamento, prazos e equipamentos usados na complexa operação para trazer amostras do Planeta Vermelho à Terra, deixando a realização sem um prazo concreto no momento.

“O Mars Sample Return será uma das missões mais complexas que a NASA já empreendeu. O resultado final é que um orçamento de 11 bilhões de dólares é caro demais e a data de regresso em 2040 está muito distante”, disse Bill Nelson, administrador da NASA.

Ilustração dos principais componentes robóticos da missão Mars Sample Return

Novos passos da missão mais importante já feita para Marte  

“Aterrissar e coletar as amostras com segurança, lançar um foguete com as amostras de outro planeta – o que nunca foi feito antes – e transportar as amostras com segurança por mais de 50 milhões de quilômetros de volta à Terra não é uma tarefa fácil. Precisamos olhar para fora da caixa para encontrar um caminho a seguir que seja acessível e que devolva amostras em um prazo razoável”, completou o administrador.

Para 2024, houve um corte de quase meio bilhão em verba dos comitês de dotações da Câmara e do Senado dos EUA especificamente para essa empreitada. A NASA também reduziu os investimentos na missão e demitiu um grande número de trabalhadores e colaboradores do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), que está liderando esse trabalho.

O anúncio também foi uma resposta a um documento divulgado em setembro do ano passado, onde o  Comitê de Ética em Pesquisa da NASA (IRB) diz que a missão não tem condições de ser cumprida conforme o escopo apresentado, que contém “expectativas irrealistas de orçamento e cronograma desde o início”. O documento também aponta para uma “estrutura pesada” e afirma que o programa “não foi organizado para ser conduzido de forma eficaz”.

De acordo com a agência, o objetivo neste momento é desenvolver um projeto que custe menos que o anterior e possa trazer as amostras para a Terra antes de 2040. Para isso, a agência vai solicitar propostas para empresas espaciais que possam contribuir com o objetivo.

“Para organizar uma missão neste nível de complexidade, empregamos décadas de lições sobre como conduzir uma missão de grande porte, incluindo a incorporação das informações que obtemos da realização de revisões independentes. Nossos próximos passos nos posicionarão para levar adiante esta missão transformacional e fornecer ciência revolucionária a partir de Marte – fornecendo novos insights críticos sobre as origens e a evolução de Marte, do nosso sistema solar e da vida na Terra”, disse Nicky Fox, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas, na sede da NASA em Washington.

A primeira parte da missão está em andamento desde 2021, com o rover Perseverance coletando amostras em Marte que devem ser trazidas para a Terra no futuro.

O plano atual previa um lançamento orbital para 2027, um módulo de pouso a ser lançado em 2028 e as amostras de Marte intocadas chegando à Terra em 2033. Com a nova atualização, a missão pode estar comprometida.