Homem tem pernas amputadas e família recebe órgãos em caixa de papelão em TO

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Uma família viveu situação insólita e “constrangedora” no último domingo (9), quando recebeu as pernas amputadas de um parente dentro de uma caixa de papelão em Paraíso do Tocantins.

Deonir Teixeira da Paixão, de 46 anos, foi vítima de um grave acidente de motocicleta junto com a namorada na entrada da cidade e teve uma das pernas amputadas.

Internado às pressas, ele teve a outra perna também retirada por meio de cirurgia.

Durante a noite, a família do rapaz foi chamada pelo hospital para assinar um termo de compromisso e receber os membros. Não bastasse a situação, as pernas foram entregues dentro de uma caixa de papelão com um “bilhete” acima.

“Membro inferior direito sem o pé e membro inferior esquerdo com o pé. Obs: falta um pedaço da perna direita também”, dizia o recado.

“O hospital nos entregou em mãos. Disseram que se a gente não recebesse para enterrar eles iriam descartar no lixo hospitalar. Não avisaram nada de que iriam enterrar ou incinerar tudo direitinho. Aproveitaram da fragilidade do filho, do irmão, que acabaram de passar por uma situação muito grave. Muito constrangedor isso aqui”, disse ao g1 uma sobrinha da vítima.

Os parentes procuraram uma funerária para saber como proceder, mas ouviram dos funcionários que nunca haviam presenciado uma situação como essa.

“O filho que recebeu o material está em estado de choque. Chamamos a funerária porque não sabíamos o que fazer. Receber o resto de uma pessoa e enterrar no fundo de um quintal? Era 30% do corpo dele. As duas pernas inteiras”, comentou a sobrinha.

Secretaria se manifesta

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a situação foi ocasionada por uma falha de comunicação e uma empresa deveria ter ficado responsável pelo descarte dos órgãos.

As pernas da vítima foram levadas ao cemitério da cidade nesta segunda-feira (10), mas não foram enterradas por causa da falta de documentação necessária.

Já o rapaz foi transferido à UTI do Hospital Geral de Palmas por conta da gravidade do caso.