Média de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave volta a subir no Brasil, diz Fiocruz

Pico de SRAG foi em maio; ocorrências caíram em junho e, este mês, aumentaram. Boletim alerta para riscos da flexibilização. Sistema Infogripe explica que SRAG está ‘extremamente ligada’ à Covid-19.

319

Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) voltaram a subir no Brasil, segundo o levantamento do Sistema Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O boletim mais recente do Infogripe alerta que “a flexibilização das medidas de distanciamento social facilita a disseminação de vírus respiratórios e, portanto, pode levar a uma retomada do crescimento no número de novos casos”.

Entenda os números do Infogripe

  • A Fiocruz cataloga os casos somados em cada semana e daí extrai a média móvel.
  • Essa média móvel é calculada com os dados de três semanas e corrigido pela estimativa, pois é levada em consideração a demora na atualização dos casos — há pacientes cujo registro leva 20 dias para entrar no sistema.
  • Segundo o Infogripe, o pico de SRAG no Brasil foi no dia 2 de maio, com 15.873 registros.
  • Ao longo de maio, o número foi caindo e chegou a 12.784 pacientes na primeira semana de junho.
  • No mês passado, os casos semanais foram aumentando aos poucos e, na semana do dia 27, somaram 13.718.
  • Em julho, os registros oscilam, mas num patamar acima do anotado mês passado. No dia 11, foram 13.483 pacientes na 28ª semana epidemiológica.

Nem toda SRAG é Covid-19, apesar dos sintomas em comum. Mas, nesta pandemia, segundo o pesquisador e coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, a síndrome “está extremamente ligada” ao novo coronavírus.

Gomes explica ainda que a maioria dos pacientes com SRAG este ano testou positivo para o coronavírus.

Os dados do Infogripe também levam em conta pacientes que já tiveram diagnóstico confirmado para Covid-19 e outros com sintomas que podem indicar a presença do vírus.

Para Gomes, a volta do crescimento é uma “combinação de diversos fatores”.

“Tem o clima, tem a questão da flexibilização. O fato epidemiológico é que maior interação facilita a transmissão de doenças respiratórias”, afirmou o pesquisador.

Gomes cita ainda o processo de interiorização da Covid nos estados.

“Voltando a aumentar o número de casos, vamos ter umas três a quatro semanas até isso se traduzir em aumento de óbitos, porque é o tempo da pessoa se contaminar, agravar os sintomas e infelizmente vir a óbito”, emendou.