Durante cirurgia para retirar tumor da cabeça, paciente faz cálculos matemáticos

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A administradora Fabíola Marques de Barros, de 37 anos, realizou no último mês uma cirurgia delicada em Natal, no Rio Grande do Norte. Mas, o curioso foi que, durante o procedimento cirúrgico para retirada de um tumor no cérebro, ela ficou acordada e fazendo cálculos matemáticos, além de outros testes.

Ao portal G1, a administradora contou: “Não tive nenhum medo”. No último dia 12, Fabíola teve que ser levada às pressas ao hospital após uma crise epilética, com quatro convulsões em um espaço de tempo menor que cinco minutos.

No hospital, foi constatado um tumor menigioma na parte esquerda do cérebro. Felizmente, o abcesso era benigno e já foi retirado. Fabíola que tem uma vida ativa de exercícios e fazia uma reeducação alimentar antes do incidente recebeu alta no último dia 26 de fevereiro.

De acordo com o neurocirurgião Thiago Rocha, responsável pela cirurgia, o tumor estava perto da área do cérebro que controla as linguagens, por isso houve a opção pelo procedimento chamado awake craniotomy – traduzido livremente para o português como “craniotomia acordada”.

“O objetivo da cirurgia acordada é minimizar possíveis déficits. Ela é usada principalmente em pacientes que têm tumor próximo à área da linguagem, ou outras áreas funcionais do cérebro, como a motora ou visual”, explicou o neurocirurgião. “Com o paciente acordado, nós podemos perceber imediatamente se a remoção da lesão causa alguma alteração do raciocínio ou da linguagem”, pontuou ao portal.

Entretanto, não é qualquer paciente que pode ser submetido a este procedimento, principalmente em casos de pessoas ansiosas. O fato da administradora estar tranquila e confiante ajudou bastante.

“Eles fizeram a proposta, passaram muita tranquilidade, confiança e aceitei”, conta ele. “Foram profissionais muito humanizados. Lembro que tinha música na sala e eles riram porque eu pedi para botarem música de Fábio Júnior”, lembra ela.

O uso dos cálculos durante a cirurgia também não foi por acaso. Fabíola cursa licenciatura em Matemática e tem paixão pela ciência exata desde a infância.”É interessante usar talentos do paciente. Pode ser algo voltado para a música. No caso dela, era a Matemática”, ressaltou o médico.