Lula em destaque afirma que não quer um amigo no STF, mas um ministro gabaritado, com fundo do Supremo Tribunal Federal ao entardecer.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou em Roma que não deseja um amigo no Supremo, mas um ministro qualificado e técnico para a Suprema Corte.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (13), em Roma, que escolherá para o Supremo Tribunal Federal (STF) um nome com mérito técnico e preparo profissional, sem levar em conta laços pessoais.

A afirmação ocorreu logo após o anúncio da aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, que abriu uma nova vaga na Corte. Lula destacou que deseja alguém gabaritado e ressaltou que o cargo exige qualificação acima de amizade.

“Eu quero uma mulher, não sei se mulher ou homem, preto ou branco, quero uma pessoa que seja gabaritada para ser ministro. Não quero um amigo. Quero um ministro para a Suprema Corte”, afirmou o presidente.

Bastidores e possíveis indicados

Em Brasília, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), comentou os nomes mais próximos do presidente. Entre os cotados está o advogado-geral da União, Jorge Messias, visto como o favorito pela proximidade institucional com Lula.

Além dele, o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), também aparecem entre os nomes de confiança do presidente. Apesar disso, Wagner ressaltou que Messias mantém relação mais direta e cotidiana com o chefe do Executivo.

Pressão por representatividade feminina

A pressão para que Lula escolha uma mulher cresce dentro e fora do governo. Na história do STF, apenas Ellen Gracie, Rosa Weber e Cármen Lúcia ocuparam cadeiras na Corte. Atualmente, Cármen Lúcia é a única mulher entre os 11 ministros.

Segundo a Constituição, o indicado ao STF precisa ter entre 35 e 75 anos, notório saber jurídico e reputação ilibada. Depois da indicação, o nome segue para sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, etapa que confirma ou rejeita o escolhido.

Resposta sobre Carla Zambelli

Lula também respondeu a perguntas sobre o caso da deputada Carla Zambelli, presa na Itália por ser considerada foragida internacional após condenação do STF por tentar invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com tom firme, o presidente disse:

“Não lembrava desse nome. Uma pessoa que não merece respeito. Ela vai pagar pelo que fez, aqui ou no Brasil — isso é uma questão da justiça.”

Discurso sobre a fome e a política global

Durante a viagem, Lula participou do Fórum Mundial da Alimentação 2025, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O presidente afirmou que combater a fome deve ser uma prioridade global e reforçou que o problema é político, e não apenas econômico.

“A fome é irmã da guerra, seja ela travada com armas e bombas ou com tarifas e subsídios”, disse Lula.
“É preciso colocar os pobres no orçamento e transformar esse objetivo em política de Estado.”

O discurso reforçou o tom social de sua gestão e conectou o tema à necessidade de investimento internacional em segurança alimentar.

Escolha no STF deve testar equilíbrio político e técnico do governo

A escolha do próximo ministro do STF deve se tornar um marco político nas próximas semanas. Lula demonstra que priorizará competência técnica e equilíbrio institucional, enquanto enfrenta pressões por diversidade e representatividade dentro da Suprema Corte.

Fonte: SBT News