As compras feitas em sites como Shein, AliExpress e Shopee ficarão mais caras a partir de 1º de abril. Isso ocorre porque o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) subirá de 17% para 20% sobre produtos importados.

Por que o ICMS vai aumentar?

O Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz) decidiu aumentar a alíquota em dezembro de 2025 durante a 47ª Reunião Ordinária. Segundo o órgão, essa mudança tem como objetivo alinhar o tratamento tributário das importações ao dos produtos vendidos no mercado interno.

Além disso, o Comsefaz afirma que deseja proteger empregos e renda dos brasileiros. Portanto, busca-se equiparar a tributação dos produtos importados aos produzidos localmente, criando uma concorrência mais justa.

Qual será o impacto nos preços?

Por outro lado, as varejistas internacionais já alertaram que haverá um aumento significativo da carga tributária para os consumidores. Essa situação ficou ainda mais complicada após o fim da isenção do imposto de importação para compras abaixo de US$ 50, desde agosto de 2024.

Conforme cálculos dessas empresas, um produto que custava R$ 100 poderá custar até R$ 160 ao consumidor final. Neste valor, 60% são impostos, sendo 20% de imposto de importação e 20% do ICMS atualizado.

Impacto na redução das compras internacionais

Rodrigo Giraldelli, CEO da China Gate, empresa especialista em importação, afirma que o aumento do ICMS desafia diretamente as plataformas internacionais. Como resultado, ele explica que os preços mais altos reduzem a competitividade das empresas estrangeiras e levam a uma queda significativa no número de pedidos.

Dados recentes confirmam a redução das importações

Dados recentes da Receita Federal mostram que, em 2024, as remessas internacionais caíram 11%, totalizando 187 milhões. Além disso, a chamada “Taxa das Blusinhas” provocou uma redução de 40% nas importações de produtos até US$ 50 logo no primeiro mês, em agosto de 2024.

Já em janeiro de 2025, os pacotes internacionais ficaram em torno de 11 milhões, representando uma redução de 27% comparado ao ano anterior. Além disso, este volume está 43% abaixo do maior já registrado. O valor financeiro das transações também sofreu uma queda de 6%.

Como as empresas podem reagir à nova tributação?

Segundo Giraldelli, a nova tributação já afeta o comércio internacional e tende a aumentar ainda mais com o novo imposto.

“O governo quer proteger o comércio nacional, fortalecer a economia e equilibrar a concorrência entre empresas locais e internacionais”, afirma.

Portanto, para se manterem competitivas, as empresas internacionais devem ajustar suas estratégias, especialmente em áreas como precificação, logística e operação.