Caso o brilho do cometa continue em igual intensidade, ele poderá ser visto pela manhã durante o mês de janeiro no hemisfério norte, e no início de fevereiro para moradores do hemisfério sul. Caso o seu brilho mude, o que é difícil ser previsto em cometas, ele ainda poderá ser observado usando binóculos ou um telescópio durante vários dias enquanto se aproxima de nós.
Segundo o site Starlust, quem quiser observar o cometa C/2022 E3 (ZTF) deve procurá-lo na constelação de Camelopardalis, quando a Lua estiver escura. A lua nova do dia 21 deste mês pode ser uma ótima oportunidade para isso.
A observação do C/2022 E3 (ZTF) tem tudo para ser um momento muito especial, principalmente em razão de seu longo período de órbita solar. Segundo o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, o esse trajeto dura cerca de 50 mil anos, de modo que a última vez que ele passou tão perto da Terra foi no Paleolítico Superior.
Isso quer dizer que a oportunidade mais recente que os humanos tiveram de observá-lo foi durante a última Era do Gelo. Nessa época, os últimos neandertais ainda estavam vivos, já que eles foram extintos cerca de 10 mil anos após o último perigeu, quando os primeiros homo sapiens estavam surgindo.
O cometa C/2022 E3 (ZTF) foi detectado em março de 2022 por uma câmera de pesquisa do Zwicky Transient Facility (algo como Facilidade transitória Zwicky, em português). Quando ele ainda estava próximo a Júpiter, os pesquisadores acreditavam ser um asteroide na órbita do planeta, mas logo ele começou a brilhar mostrando ser um cometa.
Quando descoberto, o cometa brilhava em uma magnitude de 17,3. Em novembro, o índice caiu para 10, e estima-se que possa chegar a 6. As imagens mais recentes do C/2022 E3 (ZTF) mostram um halo formado de gás e poeira que brilha ao seu redor em tom esverdeado. Além disso, uma cauda cometária fraca e longa estende-se do seu corpo.