Confira dicas para não passar aperto com mensalidade e material escolar

Não é preciso dor de cabeça na hora de comprar o material escolar dos filhos

302

Não é preciso dor de cabeça na hora de comprar o material escolar dos filhos

Com o avanço da vacinação infantil e a alta taxa de vacinação entre os adultos, 18 estados e o Distrito Federal definiram o retorno às atividades escolares para este início de fevereiro.

Com a súbita proximidade, a volta às aulas pegou alguns pais de surpresa, que podem estar se perguntando como economizar com todos os custos associados ao período.

Em São Paulo, por exemplo, as aulas retornarão já na próxima quarta-feira, 2 de fevereiro, e serão 100% presenciais. No entanto, ao buscar o material escolar da lista, muitos pais sentiram no bolso o aumento.

Material escolar ficou mais caro em 2022

De acordo com Sidnei Bergamaschi, presidente da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os preços aumentaram até 30% neste ano.

Alguns itens do material escolar ficaram até 381% mais caros. Fonte: Procon-SP/ Arte: Denise Cardoso.
Alguns itens do material escolar ficaram até 381% mais caros. Fonte: Procon-SP/ Arte: Denise Cardoso.

“Para 2022, temos reajustes elevados em todas as categorias de materiais escolares, variando de 15% a 30%, em média”, disse.

Os aumentos são reflexos da alta do dólar, do preço dos fretes internacionais e da variação no preço das matérias primas.

“Por exemplo, papel, papelão, plásticos, embalagens, tintas, produtos químicos, as matérias químicas variaram de 25% a 80% e impactaram muito a indústria nacional.”

Lista do material escolar: o que pode e o que não pode

É importante aos pais e guardiões ficarem atentos ao que se pode e não se pode exigir na lista de materiais.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) alertou nesta última semana que os itens de uso coletivo, como de higiene e limpeza não podem ser pedidos pelas escolas.

Até mesmo o álcool-gel, muito utilizado devido à pandemia, não pode ser pedido. Apenas se for para uso individual do aluno. Neste caso, é permitido.

Também fica vedada às escolas exigir marcas ou locais de compras específicos para os artigos escolares. Como obrigar a compra dos materiais em uma papelaria parceira. “Isto configura venda casada e é proibido pelo Código de Defesa do Consumidor”, afirma o Senacon.

É o caso também da agenda escolar. Algumas escolas e instituições de ensino costumam confeccionar e pedir a compra da própria agenda da instituição.

No entanto, segundo Leandro Amaral Provenzano, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, a escola não pode exigir uma agenda específica.

“A escola não pode determinar que somente aquela agenda será usada durante o ano letivo. É direito do aluno adquirir qualquer agenda similar, que normalmente, até possui um valor bem mais em conta”, disse.

O que a escola pode fazer é oferecer algum dos produtos, mas não pode impedir os pais de comprarem onde preferirem.

Os pais também têm direito de, no fim do ano, pedir uma prestação de contas à escola sobre os materiais da lista que foram e não foram utilizados, além de poder pedir de volta o material não usado.

Quais itens mais costumam pesar na hora das compras?

As compras anuais de material escolar contam sempre com uns vilões conhecidos, como o uniforme, a mochila, os livros didáticos, a lancheira e o dicionário. A boa notícia é que vários desses itens podem ser reutilizados ano após ano, ou então ser trocados.

No entanto, na hora de comprar este ano é bom ficar atendo a esses produtos a seguir:

Cadernos

Um caderno pode não parecer nem tão caro pelo que ele é. No entanto é sempre bom lembrar que nunca é só um caderno que a criança irá utilizar.

Enquanto alguns compram alguns poucos cadernos grandes para várias matérias, outros pais decidem por comprar uma dezena do tradicional caderno de 96 folhas, para separar cada assunto.

Da forma que preferir, é sempre bom ter em mente que o preço que você vê na etiqueta irá se multiplicar.

Lápis e canetas de cor

Vilões um tanto tradicionais dessa época do ano e favoritos das crianças, o lápis e as canetinhas de cor sempre pegam alguns pais de surpresa por não se lembrarem dos itens até a hora de comprar, quando seus filhos os lembram.

Confira abaixo dicas de como economizar na compra deste produto.

Tesoura de ponta redonda

Neste ano, um dos artigos escolares que mais irá pesar será a tesoura sem ponta, que teve um aumento de cerca de 130% no seu preço em comparação com 2020.

Infelizmente este não é um item que pode ser deixado para trás, pois é bastante utilizado em aulas pelas creches e escolas a fora.

Com sorte, a velha tesoura de dois anos atrás ainda está guardada. Se não, pesquisa de preços é a solução.

Agenda escolar

Esse item também costuma ser lembrado só na última hora pelos pais, o que acaba causando uma surpresa no orçamento final das compras.

Por sua natureza, a agenda não pode ser reutilizada no ano seguinte, e portanto, deve ser comprada novamente.

Lapiseira e refil para fichário

Dependendo da idade do baixinho, ele ainda não tem interesse nisso. Mas à medida que as crianças vão crescendo algumas acabam tendo o desejo de usar a lapiseira ao invés do lápis.

Ou ainda, experimentar com o fichário e suas folhas em refil ao invés do caderno.

E com isso vem mais uma despesa na vida dos pais, visto que os artigos são significantemente mais caros que um conjunto de lápis e cadernos normais.

Como economizar na hora de comprar o material escolar

Com o aumento de 15% a 30% nos preços, o reajuste do material escolar ficou acima da inflação, marcada pelo INPC em 10,16% no ano.

Por conta disso, muitos pais estão querendo saber como economizar nesse gasto tão essencial para a educação do filho.

Para isso, preparamos algumas dicas e estratégias para gastar menos nessa época do ano.

Pesquisa de preço

Algumas pessoas podem pensar que pesquisar preços não faz tanta diferença assim, afinal, o custo de um apontador não pode variar tanto, não é?

É aí que muitos se enganam. O apontador é, inclusive, um dos itens em que muitos Procons encontraram a maior variação de preço. No Rio de Janeiro, o mesmo modelo chegando a custar entre R$ 2,20 e R$ 7,90, uma variação de 259%.

“Se o consumidor pesquisar, ele consegue economizar muito na compra da lista de material escolar. Reaproveitar itens do ano anterior também é uma boa forma de gastar menos”, disse o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho.

Compre o material aos poucos

A lista de materiais dada pelas escolas informa os materiais que serão usados ao longo do ano pelo estudante. Ou seja, vários artigos que estão presentes nela só serão utilizados daqui a uns meses.

Então, para economizar, pergunte aos professores quando eles pretendem utilizar quais materiais. Dessa forma será possível comprar o material durante o ano.

Além de tirar um pouco do stress financeiro de comprar tudo junto, é muito provável que se consiga ainda um preço menor por muitos produtos, já que estarão fora da temporada de aulas.

Peça desconto

Verifique as opções de pagamento dos estabelecimentos (dinheiro, Pix, cartão de débito, cartão de crédito) e confira se eles oferecem descontos para pagamentos à vista.

Dependendo do valor, é possível conseguir um bom desconto com o prospecto de pagamento à vista. Se quiser, ainda é possível juntar essa dica com a dica abaixo e ver quanta economia se consegue fazer.

Se junte a outros pais

Graças a facilidade dos aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, muitos pais estão em grupos de discussão de assuntos relacionados à escola.

Esses mesmos grupos podem se juntar e pensar em comprar alguns dos itens no atacado. Enquanto uma caixa de lápis de cor pode custar entre 20 e 50 reais no varejo, no atacado, por unidade o preço pode cair bastante, entre 20 a 50%.

Faça troca-troca de livros didáticos

Aproveitando que o grupo de pais existe, porque não passar os livros didáticos do ano anterior de seu filho para a próxima geração, enquanto recebe os livros de alguém?

Os livros didáticos representam uma grande parcela na hora de orçar a lista de materiais. A ideia de criar um grupo de trocas pode gerar uma boa economia, mesmo que ainda fique faltando 1 ou 2 exemplares.

Fuja das compras “da moda”

A escola, no fim das contas, é o local de estudo e aprendizado, e as compras devem refletir isso. Não há porque exagerar e comprar uma mochila da moda, ou cadernos com os personagens do momento.

É só observar os preços. Geralmente esses são sempre mais caros justamente para fazer os pais gastarem mais para satisfazer o desejo das crianças.

Essa é também uma boa oportunidade de ensinar aos filhos educação financeira desde cedo.

Apesar de talvez atrapalharem no momento das compras, é bom que eles os acompanhem nessa atividade, os ajudem na pesquisa de preço e vejam de perto a diferença.

Caso a criança ainda queira o personagem da moda, e você tenha e queira dar esse pequeno “mimo” a ela, pode ser a hora de ensiná-la a negociar.

Ela quer a mochila do personagem, ou os cadernos? Ela terá de escolher um dos dois.

Matrícula e mensalidade também subiram

Todo início de ano os pais podem esperar o usual reajuste na mensalidade escolar. Geralmente regido pelo IGP-M, neste ano muitas escolas optaram por flexibilizar a sua política de reajuste, aplicando em média um aumento de 10%, que se aproxima do INPC do período.

Isso se deve pelo fato do IGP-M acumular uma alta de 17,78%, o que representaria um reajuste fora da realidade para muitos pais. Ainda sim, o reajuste praticado pode vir como um peso um tanto demasiado para o bolso de alguns. Por isso, preparamos algumas dicas de como pedir um desconto na mensalidade.

Confira dicas para negociar a mensalidade escolar. Arte: Denise Cardoso.
Confira dicas para negociar a mensalidade escolar. Arte: Denise Cardoso.

Sente, faça as contas e descubra quanto pode pagar

Antes de ir à escola, sente com papel e caneta e descubra quanto você pode gastar com a mensalidade escolar. É importante lembrar que esse valor não pode prejudicar o restante do orçamento familiar, como alimentação ou contas de luz.

É recomendado ter em mente pelo menos três valores antes de ir à escola negociar, assim haverá uma margem que pode agradar tanto os pais quanto ao colégio.

Negocie pessoalmente

A melhor forma para ter essa conversa é pessoalmente, durante a época de matrículas. Fale com a diretoria ou com o setor financeiro e faça sua proposta.

Como essa é a época em que a escola está empenhada em manter os alunos que tem, e conseguir novos, eles estarão mais abertos a negociações.

Tenha um orçamento com o valor de outras escolas similares

É importante para você ter em mente o preço cobrado pelo mercado. É um bom ponto de partida na hora de criar seu planejamento e também ter em mente na negociação.

Se a escola for intransigível e não querer negociar, talvez seja a hora de trocar os filhos de instituição.

Fale de seu histórico na instituição

Se você tem um histórico de pagamentos em dia, ressalte isso para o administrador. Mostre também que seus filhos já frequentam a escola há um tempo e estão habituados com o ambiente.

Não se esqueça também de elogiar a instituição e seu trabalho pedagógico.

Pergunte de condições alternativas

Às vezes o desconto na mensalidade não é possível, mas a escola pode ajudar de alguma outra forma. Seja com descontos em empresas de transporte parceiras, providenciando o lanche, ou até mesmo oferecendo um parcelamento maior.

Não tenha vergonha de falar de sua condição financeira

Às vezes a situação não anda boa no lado financeiro e isso não é motivo de embaraço, ainda mais no cenário atual.

Não só mencione isso para a escola como apresente documentos que demonstrem a perda de renda. As instituições preferem pagamentos menores em dia, do que pais inadimplentes.