Brasileiro que morreu recebeu placebo da vacina de Oxford, dizem fontes

Segundo o site Bloomberg e a agência de notícias Reuters, médico de 28 anos não fazia parte do grupo que recebeu dose ativa da vacina

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O voluntário brasileiro que participava dos testes da vacina da universidade britânica de Oxford em parceria com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca contra o novo coronavírus não recebeu uma dose ativa da vacina, sendo participante do grupo de placebo dos testes de fase 3 que acontecem no país. A informação, dada ao site americano de negócios Bloomberg, foi anônima. À agência de notícia Reuters, uma fonte familiarizada afirmou nesta quarta-feira, 21, que caso a morte tivesse relação com a vacina ativa do ensaio clínico, os mesmos teriam de ser pausados.

O estudo sobre a proteção de Oxford e da AstraZeneca é feito de forma duplo-cega, quando nem os médicos nem os pacientes sabem qual foi a versão dada. Essa é uma das formas mais confiáveis de testagem. No Brasil, até o momento, já foram vacinados aproximadamente 8.000 voluntários e outros 2.000 devem ser vacinados em breve.

O voluntário era um médico de 28 anos, segundo o jornal O Globo, que estava “na linha de frente ao combate à pandemia”. A dose do teste teria sido recebida no fim de julho, mas o médico contraiu a doença em setembro e faleceu no dia 15 deste mês. A Anvisa foi avisada sobre a morte dele nesta segunda-feira, 19.

As ações da AstraZeneca sofreram perdas após o anúncio da morte do voluntário. No início desta tarde, os papéis desvalorizavam em 1%.

Quem terá prioridade para tomar uma vacina?

Nenhuma vacina contra a covid-19 foi aprovada ainda, mas os países estão correndo para entender melhor qual será a ordem de prioridade para a população uma vez que a proteção chegar ao mercado. Um grupo de especialistas nos Estados Unidos, por exemplo, divulgou em setembro uma lista de recomendações que podem dar uma luz a como deve acontecer a campanha de vacinação.

Segundo o relatório dos especialistas americanos (ainda em rascunho), na primeira fase deverão ser vacinados profissionais de alto risco na área da saúde, socorristas, depois pessoas de todas as idades com problemas prévios de saúde e condições que as coloquem em alto risco e idosos que morem em locais lotados.

Na segunda fase, a vacinação deve ocorrer em trabalhadores essenciais com alto risco de exposição à doença, professores e demais profissionais da área de educação, pessoas com doenças prévias de risco médio, adultos mais velhos não inclusos na primeira fase, pessoas em situação de rua que passam as noites em abrigos, indivíduos em prisões e profissionais que atuam nas áreas.

A terceira fase deve ter como foco jovens, crianças e trabalhadores essenciais que não foram incluídos nas duas primeiras. É somente na quarta e última fase que toda a população será vacinada.