Quarto indígena Paiter Suruí morre por Covid-19 em RO em menos de um mês

Raimundo Surui tinha 54 anos e morreu nesta quarta-feira (9). Indígena atuava como agente de saúde da aldeia Lapetanha.

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O indígena Raimundo Suruí, de 54 anos, morreu nesta quarta-feira (9) em decorrência da Covid-19 em Cacoal (RO), segundo nota publicada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena de Vilhena (DSEI Vilhena). Raimundo atuava como agente de saúde da aldeia Lapetanha, na Linha 11.

Ele é a quarta vítima da doença registrada no povo indígena Paiter Suruí em menos de um mês. As primeiras foram:

  • Iabibi Suruí, que faleceu em 24 de agosto;
  • Renato Suruí, que morreu em 27 de agosto; e
  • Fábio Suruí, que morreu em 31 de agosto.

Raimundo Suruí foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Cacoal no dia 24 de agosto em decorrência do vírus. Segundo o DSEI, o indígena era “um guerreiro” e “importante membro” da comunidade Paiter Suruí.

O DSEI também reforçou, no comunicado, que segue com os trabalhos nas comunidades para que os indígenas não saiam das aldeias e evitem receber visitas durante a pandemia.

Conforme balanço mais recente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), o estado soma 1.214 casos do Sars-Cov-2 e 26 mortes. Os números correspondem aos dados computados até o dia 4 de setembro.

No total, 15 povos já foram atingidos pelos vírus, sendo eles:

  • Aikanã,
  • Arara Karo,
  • Cinta Larga,
  • Kanoê,
  • Karitiana,
  • Karipuna,
  • Kassupa,
  • Mura,
  • Oro War,
  • Paiter Suruí,
  • Piripkura,
  • Puruborá,
  • Sakirabiat,
  • Tupari e
  • Wajuru.

Para muitos indígenas, a pandemia lembra um passado sombrio. Quando os europeus navegaram os rios da floresta tropical amazônica pela primeira vez, sua varíola dizimou tribos locais. Mais tarde, seringueiros, garimpeiros e colonos espalharam malária, sarampo e gripe. Agora é a Covid-19.