Vaticano pede fim de ‘taxas’ para sacramentos nas igrejas

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CIDADE DO VATICANO, 20 JUL (ANSA) – O Vaticano publicou nesta segunda-feira (20) uma nova instrução sobre as atividades das paróquias que pede o fim das cobranças obrigatórias sobre os sacramentos católicos.  

O texto foi divulgado pela Congregação para o Clero e promulgada no último dia 29 de junho. Segundo a Santa Sé, o documento “trata do tema do cuidado pastoral por parte das comunidades paroquiais, dos diversos ministérios clericais e laicos, tendo em vista uma maior corresponsabilidade de todos os batizados”.   

“O texto, fundamentalmente, recorda que, na Igreja, há lugar para todos, e todos podem encontrar seu lugar”, diz o Vaticano.   

O nono capítulo da instrução trata das “ofertas” para a celebração da missa, destinadas ao sacerdote, e para os outros sacramentos, que cabem à paróquia.   

“Trata-se de uma oferta que, por sua natureza, deve ser um ato livre da parte do ofertante, deixado à sua consciência e ao seu senso de responsabilidade eclesial, não um ‘preço a pagar’ ou uma ‘taxa a exigir’, como se se tratasse de um tipo de ‘imposto sobre sacramentos’”, afirma o documento.   

A Igreja Católica celebra sete sacramentos: batismo, crisma, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio.   

Segundo a instrução publicada pelo Vaticano, o pároco deve “instruir os fiéis para que cada membro da comunidade se sinta responsável e diretamente envolvido a socorrer às necessidades da Igreja, através das várias formas de ajuda e solidariedade”.   

De acordo com a Santa Sé, essa sensibilização será mas eficaz de acordo com “exemplos virtuosos” dados pelos padres “no bom uso do dinheiro, seja com um estilo de vida sóbria e sem excessos em nível pessoal, que com uma gestão dos bens paroquiais transparente”.   

O Vaticano recomenda o recolhimento das ofertas em modo anônimo, “assim que cada um se sinta livre de doar aquilo que pode, ou que considera justo, sem sentir-se no dever de corresponder ao que se espera ou um preço”.   

Laicos – O documento também determina que, frente a uma possível carência de sacerdotes, o bispo da diocese poderá, de maneira “excepcional”, atribuir algumas funções a “diáconos, pessoas consagradas e fiéis leigos”, como a celebração da liturgia da palavra nos domingos, de funerais e matrimônios e a administração do batismo.   

“Os fiéis leigos podem pregar numa Igreja ou num oratório, se as circunstâncias, a necessidade ou um caso particular o exigem, segundo as disposições da Conferência Episcopal. […] Esses, ao invés, não podem em nenhum caso proferir a homilia durante a celebração da Eucaristia”, afirma o documento.   

A nova diretriz, no entanto, reafirma que um pároco deve ser um fiel “que tenha recebido a Ordem do presbiterado, excluída qualquer possibilidade de conferir a quem for privado desse título ou das relativas funções, também nos casos de carência de sacerdotes”. (ANSA)