Após três meses sob poder de grupo dissidente das FARC, brasileiro fala de sequestro

Matias ficou três meses nas mãos de guerrilheiros na Amazônia colombiana e passou por 11 cativeiros até ser resgatado. 'Sempre tive certeza que a gente ia sair dali vivos", conta.

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Em fevereiro, Matias e o companheiro, o suíço Daniel, começaram uma viagem de férias pela Colômbia, acompanhados de Fifi e Preto. Matias é apaixonado por carnaval e queria conhecer uma das festas mais famosas do país. Por causa da pandemia decidiram encurtar a viagem, mas o GPS os levou ao encontro de um sequestro.

O grupo que sequestrou o casal faz parte de uma dissidência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC, que aterrorizaram o país por quase seis décadas. Em oposição aos governos, promoviam ataques terroristas, sequestro e assassinatos. Em 2016, os guerrilheiros assinaram um acordo de paz com o governo colombiano, mas dissidências do grupo ainda agem em algumas regiões do país.

Foram onze cativeiros diferentes em três meses. Estratégia dos criminosos para fugir do exército colombiano. Matias via a intimidade dos filhos dos guerrilheiros com a plantação de drogas e com armas.

No domingo, 18 de junho, depois de três meses de muita agonia, o casal acordou com o som de um helicóptero. Matias, Daniel, Fifi e Preto foram resgatados pelo exército colombiano. Numa casa, no Vale de Cauca, uma região com muita área de Floresta Amazônica. Um homem que tomava conta do cativeiro foi preso.

O governo suíço informou que acompanhou as operações para libertar os reféns. E o Itamaraty também disse que cooperou com o governo colombiano.