Brasil e México batem tristes recordes diários de vítimas do coronavírus

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Brasil e México se tornaram nas últimas horas os países com mais mortes diárias por coronavírus no mundo, com 1.349 e 1.092 vítimas fatais respectivamente, enquanto a Europa prossegue com um retorno gradual à normalidade e reabrindo suas fronteiras internas.

A América Latina sofre com o avanço da pandemia: a região tem quase 1,2 milhão de casos e se aproxima de 57.500 óbitos.

O México superou pela primeira vez a trágica barreira de mil mortes provocadas pela COVID-19 em apenas um dia, justo na semana em que o governo pretendia organizar a retomada da vida econômica e social após mais de dois meses de confinamento.

O número de contágios no país alcança 101.238 e o de vítimas fatais 11.729, de acordo com o balanço oficial.

O Brasil, país mais afetado na região, anunciou mais uma vez um número recorde de mortes em 24 horas, com 1.349 óbitos.

O país registra 32.548 casos fatais de COVID-19 e muitos temem que supere nos próximos dias a Itália como o terceiro país com mais falecimentos.

Os especialistas suspeitam que, ante a falta de testes no país de 210 milhões de pessoas, os números reais são provavelmente muito mais elevados. Dezenove municípios do sul da Bahia adotaram desde quarta-feira um toque de recolher noturno para conter a propagação.

Chile, outro país muito afetado, prorrogou pela quarta semana a quarentena em vigor em Santiago.

– Fundos para as vacinas –

Após meses de devastação, os países europeus tentam voltar a uma certa normalidade.

Com o turismo no alvo, a Áustria reabriu nesta quinta-feira as fronteiras, com exceção dos limites com a Itália, e a Alemanha deve acabar com as restrições para o turismo na Europa em 15 de junho.

A Espanha, com quase 28.000 mortos, anunciou na quinta-feira que reabrirá as fronteiras terrestres com França e Portugal em 22 de junho.

Os especialistas, no entanto, consideram que seria necessário manter as restrições nas viagens de alguma maneira até que uma vacina seja desenvolvida contra o vírus letal.

Para limitar o impacto econômico da pandemia, o Banco Central Europeu (BCE) pode reforçar nesta quinta-feira seu programa de emergência. Após uma série de medidas excepcionais em março, quando a Europa entrou em confinamento para frear a crise de saúde, a instituição afirmou que está disposta a fazer mais ante a crise “inédita em tempos de paz”.

Na área médica, o Reino Unido organiza nesta quinta-feira uma reunião virtual de arrecadação de fundos para a Aliança para a Vacinação (GAVI) com a pandemia como pano de fundo.

“Peço que se unam a nós, para fortalecer esta aliança que salva vidas e inaugurar uma nova era de cooperação mundial na saúde”, afirma o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de acordo com trechos de seu discurso divulgado por seu gabinete.

Para a vacina contra COVID-19, o objetivo da Aliança é arrecadar dois bilhões de dólares.

A reunião acontece em um momento delicado, no qual a pandemia exacerbou os ataques contra o multilateralismo, entre a ruptura do presidente americano, Donald Trump, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o medo de que os Estados Unidos tenham o controle sobre futuras vacinas.

Uma vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o grupo AstraZeneca será testada em junho com 2.000 voluntários brasileiros.

– OMS e hidroxicloroquina –

O debate sobre a molécula hidroxicloroquina se tornou mais intenso depois que a OMS anunciou que retomaria os testes clínicos, após a suspensão para uma revisão de segurança na busca de tratamentos contra o coronavírus.

A molécula é objeto de controvérsia entre os médicos que afirmam que melhora o estado dos pacientes e os que alertam sobre os efeitos colaterais graves.

O medicamento foi promovido pelo presidente Donald Trump, que afirmou recentemente que o utilizava como medida de prevenção contra o coronavírus.

Estados Unidos continuam sendo o país mais afetado pela pandemia, com 107.000 mortes e 1,85 milhão de contágios. Nas últimas 24 horas foram registradas 919 vítimas fatais, segundo o balanço da Universidade Johns Hopkins.

Apesar da pandemia ter registrado uma desaceleração desde o pico registrado em meados de abril, os profissionais da saúde estão preocupados com um eventual avanço nas próximas semanas, devido às grandes manifestações da última semana contra brutalidade policial e o racismo.

Muitos manifestantes afirmaram que, apesar do medo de infecção durante os protestos, a causa era muito importante para motivar a saída às ruas.

Outro país que provoca preocupação é o Irã, com mais de 3.500 contágios nas últimas 24 horas, um recorde em apenas um dia.

No total, a epidemia provocou 8.071 mortes no país e 164.270 casos, segundo o balanço oficial.

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