Governo decreta estado de calamidade pública por 180 dias no Amazonas

Governador já havia determinado, desde 23 de março, fechamento de comércios não essenciais. Nova decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (15).

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O período de estado de calamidade pública no Amazonas foi prorrogado por mais 180 dias em virtude do aumento no número de casos de contaminação por coronavírus na região. O decreto que estabelece o novo período foi publicado no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (15). Até a última atualização, nesta quinta-feira (16) o Amazonas registrava 1.719 casos confirmados do novo coronavírus – e 124 mortes.

O governador Wilson Lima já havia decretado estado de calamidade pública no dia 23 de março, quando o estado contabilizava 32 casos confirmados de Covid-19. Na decisão, foi determinado o fechamento do comércio de serviços não essenciais, permanecendo abertos supermercados, padarias, açougue e farmácias.

Diz o texto que a finalidade do decreto é promover, conforme determinação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional, ações de prevenção, preparação, mitigação, resposta e recuperação frente a pandemia do novo coronavírus. “Ficam as autoridades competentes autorizadas a adotar medidas excepcionais, necessárias para combater a disseminação do novo coronavírus, em todo o território amazonense”.

Desde o dia 6 de abril, forças policiais do Amazonas realizam a fiscalização em comércios não essenciais que não estejam cumprindo o decreto do governo em prevenção ao avanço da doença. A operação “Fique em Casa” tem sido realizada em todas as regiões da capital.

Na noite de quarta-feira (15), o governador Wilson Lima anunciou a abertura de 45 novos leitos (25 de UTI e 20 clínicos) no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, que é referência para os casos de Covid-19 no estado. Com isso, o hospital passa a operar com 100 leitos de UTI disponíveis para pacientes com o novo coronavírus.

No dia seguinte, a Justiça do Amazonas acatou uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado para que uma série de medidas seja tomada no combate ao avanço da disseminação do novo coronavírus. Entre elas, o funcionamento integral do Hospital Delphina Aziz, a contratação de leitos existentes no Hospital Universitário Getúlio Vargas e do Hospital Beneficente Portuguesa e a retirada de pacientes que estão sem assistência adequada nos prontos-socorros do estado.

O novo hospital de campanha montado pela Prefeitura de Manaus no Lago Azul, na Zona Norte, também reforça o atendimento no sistema público de saúde para casos de Covid-19. A unidade recebeu os primeiros pacientes de Covid-19 na madrugada desta terça-feira (14). Eles foram encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 1, que entrou em funcionamento imediato na noite de domingo, com 18 leitos iniciais instalados.

Profissionais enviados pelo Ministério da Saúde

Uma equipe com 15 profissionais de saúde, sendo cinco médicos e dez enfermeiros, enviada pelo Ministério da Saúde deve começar a atuar em Manaus na próxima quinta-feira (16), de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam). A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa online na terça-feira (14).

A secretária de Saúde do Estado, Simone Papaiz, afirmou que os profissionais já começam a atuar na quinta-feira, e não haverá a necessidade de ficarem de quarentena, pois chegarão à capital amazonense já com os procedimentos de testagem para coronavírus realizados. Segundo Papaiz, esta é a primeira equipe a chegar, mas haverá outras atuando nas unidades de alta complexidade de referência do tratamento.

“Chegarão e ficarão do dia 16 até o dia 24, não ficarão de quarentena porque já vêm testados. A ideia é que a vinda das equipes que ficam nesses períodos, eles vêm por períodos, uma equipe vem, fica, vai embora e em seguida o Ministério da Saúde já envia outra equipe. A ideia é que eles atuem nas unidades de portas abertas com alta complexidade”, contou.

Casos do novo coronavírus no Amazonas

Nesta quinta-feira (16), o Amazonas registrou 165 novos casos confirmados do novo coronavírus, conforme boletim divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). O total de casos confirmados no estado chegou a 1.719, com 124 mortes e 221 pessoas recuperadas e fora do período de transmissão da doença.

De acordo com o boletim da FVS-AM, do total de casos de Covid-19 no Amazonas, 1.459 são em Manaus e 260 no interior. Além da capital, 21 municípios já têm casos confirmados: Manacapuru (149), Iranduba (18), Itacoatiara (15), Tonantins (12), Parintins (11), Santo Antônio do Içá (10), São Paulo de Olivença (10), Presidente Figueiredo (6), Careiro Castanho (5); Anori, Carauari, Careiro da Várzea, Tabatinga, com 3 casos cada; Lábrea, Maués, Novo Airão, Tefé, com 2 casos cada; Anamã, Boca do Acre, Jutaí e Manicoré, com 1 caso cada.

No estado, há 1.220 pessoas com Covid-19 em isolamento social ou domiciliar. Outros 221 casos já estão recuperados e fora do período de transmissão da doença, de acordo com a FVS-AM.