Indústria do AM testa protótipos e estuda produção de mil respiradores para distribuição em hospitais

Produtos também têm potencial para serem comercializados para todo o país, diz Centro da Indústria do Amazonas (Cieam).

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Na guerra contra o coronavírus, a indústria amazonense une forças com órgãos da saúde e está em fase de teste de pelo menos três protótipos de respiradores – equipamentos considerados essenciais no tratamento de pacientes da Covid-19. Após testes, mil respiradores serão produzidos, em parceria com o governo, o setor privado e universidades, para serem entregues gratuitamente aos hospitais em todo o Estado. Esses produtos também têm potencial para serem comercializados para todo o país, de acordo com o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).

Segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). O número total de casos confirmados no Amazonas até 1.554. A capital amazonense concentra 1.350 casos confirmados, totalizando 86% dos registros em todo o estado. O interior registra 204 casos, distribuídos em 18 municípios.

No início de Abril, o Amazonas tinha 69 respiradores em seu hospital de referência disponíveis destinados ao uso exclusivo em pacientes diagnosticados com Covid-19. Na última terça-feira (14), o Governo anunciou a chegada de outros 20. Diante da necessidade de aumento do número de respiradores, as empresas Moto Honda da Amazônia, Instituto Transire de Tecnologia e Biotecnologia da Amazônia, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) já estão testando protótipos.

A ideia é que as indústrias ofereçam a mão-de-obra, e que a matéria-prima para produção seja custeada pelo governo do estado. O presidente da Cieam, Wilson Périco explicou que o objetivo é fabricar um produto 100% local para minimizar os impactos da pandemia em todo o mundo.

“Nós estamos trabalhando para ter o máximo possível de peças nacionais e de recursos que são nossos. Esses produtos, por exemplo, não têm nada de importado, tudo que a gente usou até agora é encontrado no mercado local”, contou.

Ainda de acordo com Périco, o respirador pneumático possui sistema de válvulas, entradas para oxigênio, e pode trabalhar de forma não invasiva (com máscara) ou invasiva (com uso de tubo respirador), além de servir de alternativa ao respirador convencional, caso haja escassez destes equipamentos no sistema de saúde.

“Estamos buscando fazer uma coisa barata para que possa ser produzida para atender nesse momento, então estamos trabalhando para produzir um produto que possa ser comercializado. No momento de guerra nós estamos trabalhando para salvar os feridos”, concluiu.

Colapso na rede de saúde

Com o aumento de casos, o Amazonas já chega a mais de 1.554 casos confirmados do novo coronavírus, com 106 mortes, e sofre com uma rede pública à beira de um colapso, com seu principal hospital já atuando na capacidade máxima operacional.

Em pronunciamento na tarde de domingo (12), o governador Wilson Lima anunciou que o Ministério da Saúde vai repassar R$ 15 milhões por mês para que o estado aumente a capacidade do hospital de referência em tratamento ao Covid-19 em Manaus.