Novo comando para o resgate da Oi

Um dos maiores desafios de Rodrigo Abreu será acelerar a venda de ativos, como prevê o plano de recuperação judicial da operadora

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São Paulo — Num movimento já esperado, a operadora de telefonia Oi terá um novo presidente a partir de hoje (31). Rodrigo Abreu, que desde outubro ocupava o posto de diretor de operações, assume o cargo. A mudança tem sido planejada há mais de seis meses. O nome de Abreu como sucessor de Eurico Teles, e a data exata da transição, foram anunciados pela própria companhia há pouco mais de um mês.

A transição se dá num momento crítico da recuperação judicial da companhia — a hora de acelerar a venda de ativos. Abreu chega ao posto uma semana depois da venda da participação na empresa de telefonia angolana Unitel para a estatal do petróleo Sonangol, também da Angola, por 1 bilhão de dólares.

O negócio já estava previsto no plano de recuperação judicial da operadora, aprovado pela Justiça do Rio de Janeiro em janeiro de 2018. A operadora entrou com o pedido de recuperação em junho de 2016, quando a dívida havia chegado ao patamar de 65 bilhões de reais.

O esforço de fortalecer o caixa da companhia pode culminar na venda das operações de telefonia móvel. Antes disso, porém, há outras opções prioritárias, como a negociação de torres e outros ativos considerados não estratégicos que poderiam arrecadar conjuntamente até 1,5 bilhão de reais.

A venda bilionária em Angola aliviou numa única tacada a urgência de acelerar planos mais radicais. Em mais um passo dessa estratégia, ontem (30), a companhia anunciou a venda um imóvel no Rio de Janeiro, no valor de 120,5 milhões de reais.

Antes de ser contratado pela Oi, Abreu presidiu a subsidiária brasileira da operadora Tim e comandou a fornecedora de tecnologia Cisco no país.

A ação da empresa, que chegou a ser vendida por menos de 1 real nos últimos meses, fechou com queda de 2,84% ontem, valendo 1,37 reais. No dia do anúncio da venda da Unitel, as ações chegaram a dar um salto de 9%.