Explosões no Sri Lanka: o que se sabe sobre ataques a hotéis de luxo e igrejas católicas durante celebração da Páscoa

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Ataques a hotéis e igrejas foram coordenados e planejados, dizem autoridades

Uma série de explosões em hotéis de luxo e igrejas católicas durante a celebração da Páscoa no Sri Lanka deixou pelo menos 207 mortos e mais de 400 feridos.

Os atentados foram registrados na capital, Colombo, e nas regiões de Katana e Batticaloa por volta das 8h45 (0h15, no horário de Brasília).

Autoridades contabilizaram oito explosões. Três igrejas foram alvos dos ataques, que aconteceram durante as missas de Páscoa. Os hotéis cinco-estrelas Shangri-La, Kingsbury, Cinnamon Grand e um quarto hotel, todos em Colombo, também foram atingidos.

Nenhum grupo reivindicou autoria das ações até o momento, mas pelo menos sete pessoas já foram detidas. Autoridades dizem que maioria das explosões foram ataques suicidas.

O governo impôs toque de recolher das 18h às 6h (horário local) e anunciou que iria bloquear temporariamente o uso das principais redes de mídia social no país.

Azzam Ameen, correspondente da BBC no Sri Lanka, afirma haver rumores de mais ataques. Segundo ele, a polícia tem orientando as pessoas para ficar dentro de suas casas e permanecer calmas. “Mas há um pouco de pânico”, diz Ameen.

O correspondente da BBC diz que desde 2009 o país não via atentados dessa magnitude.

Imagens do Sri Lanka depois dos ataques a hotéis e igrejas na Páscoa

Grupos extremistas

Autoridades no Sri Lanka dizem que os ataques foram planejados e coordenados, apesar de declararem ainda ser cedo para dizer quem está por trás das explosões.

Ao anunciar o toque de recolher, o ministro da Defesa, Ruwan Wijewardane, disse: “Tomaremos todas as medidas necessárias contra qualquer grupo extremista que esteja operando em nosso país”.

Sem dar detalhes, Wijewardane também disse que “todos os culpados” estão sendo identificados e “levados em custódia o mais rápido possível”.

Sri Lanka.
Interior de uma das igrejas atingidas

Outro ministro, Harsha de Silva, descreveu “cenas horríveis” no Santuário de Santo Antônio em Kochchikade, dizendo ter visto “muitas partes do corpo espalhadas”.

Imagens que circularam nas redes sociais mostravam seu interior com um teto quebrado e sangue nos bancos. Pelo menos 67 pessoas morreram nessa igreja.

Imagens da igreja de San Sebastián em Negombo, a 40 quilômetros da capital Colombo, também sugerem a gravidade da explosão.

Imagem sacra quebrada
Maioria dos ataques foram suicidas, afirmam as autoridades do Sri Lanka

Um funcionário do hotel Cinnamon Grand disse à agência de notícias AFP que a explosão causou danos ao restaurante do hotel e que menos uma pessoa morreu.

Pelo menos 27 estrangeiros morreram nos ataques.

Anarquia e caos

Mapa com localização do Sri Lanka

Em sua conta no Twitter, o ministro da Economia, Mangala Samaraweera, disse que o ataque parece ser “uma tentativa bem coordenada de criar anarquia e caos que mataram muitas pessoas inocentes”.

As autoridades do Sri Lanka temem que sejam militantes do Estado Islâmico que retornaram do Oriente Médio.

Nos últimos anos, desde o fim do conflito interno no país em 2009, houve casos esporádicos de violência, especialmente com membros da maioria budista cingalesa que perpetraram ataques contra mesquitas e outros edifícios de propriedade de muçulmanos.

Interior de igreja
Foram registrados ataques a três igrejas católica, durante a celebração da missa de Páscoa

Devido a isso, foi declarado estado de emergência em março de 2018.

Religião no Sri Lanka

O budismo Theravada é a maior religião do Sri Lanka, com adesão de cerca de 70,2% da população, segundo o censo mais recente. É a religião da maioria cingalesa do Sri Lanka.

Hindus e muçulmanos compõem 12,6% e 9,7% da população, respectivamente. O Sri Lanka é também o lar de cerca de 1,5 milhões de cristãos, segundo o censo de 2012, a grande maioria deles católica romana.

Repercussão

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) condenou os atentados no Sri Lanka que deixaram mais de 200 mortos e 400 feridos hoje. Em sua conta no Twiiter, o brasileiro disse que “o extremismo deixa rastros de morte e dor”.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, também usou o Twitter para se manifestar em relação aos ataques no Sri Lanka. May escreveu que os “atos de violência contra igrejas e hotéis no Sri Lanka são realmente chocantes”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, tuitou “sinceras condolências” pelos “horríveis ataques terroristas”.

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