Eletrobras lucra R$13,3 bi em 2018, maior ganho em 20 anos, com reajuste em Angra 3

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Logo da Eletrobras 03/01/2019 REUTERS/Pilar Olivares

A estatal de energia Eletrobras (SA:ELET3) reportou um lucro líquido de 12,07 bilhões de reais no quarto trimestre de 2018, revertendo prejuízo de 3,9 bilhões no mesmo período do ano anterior, enquanto o resultado anual foi positivo em 13,3 bilhões, ante perdas de 1,7 bilhão em 2017.

“O resultado foi o maior já apurado pela companhia nos últimos 20 anos”, disse a Eletrobras nesta quinta-feira, atribuindo o desempenho à redução de impairment e contratos onerosos da usina nuclear de Angra 3, no valor de 7,2 bilhões de reais, e à venda de deficitárias subsidiárias de distribuição de energia.

A maior elétrica do Brasil, com controle sobre um terço da capacidade de geração e metade da rede de transmissão do país, somou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 13,39 bilhões de reais no quarto trimestre, contra Ebitda negativo de 1,55 bilhão no mesmo período de 2017.

Já o Ebitda do ano de 2018 somou 19,99 bilhões de reais, alta de 158 por cento frente ao ano anterior.

A estatal teve uma receita operacional líquida de 6,16 bilhões de reais no quarto trimestre, recuo de 22,9 por cento na comparação anual. Em 2018, a receita somou 24,9 bilhões, queda de 15 por cento frente a 2017.

Já os investimentos da estatal recuaram 12 por cento no ano todo, para 4,6 bilhões de reais, somando 1,76 bilhão de reais no quarto trimestre.

EFEITOS NÃO RECORRENTES

Como de costume, o balanço da Eletrobras apresentou diversos efeitos não recorrentes com forte impacto sobre os resultados.

Os principais, as reversões de impairment e contrato oneroso de Angra 3, cuja construção está paralisada desde 2015, acontecem após o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) do governo aprovar no final de 2018 aumento da tarifa que poderá ser cobrada pela usina para 480 reais por megawatt-hora, de 248 reais antes.

A Eletrobras também apurou efeito positivo de 2,96 bilhões de reais com a venda de suas distribuidoras, após a reversão de patrimônio líquido negativo.

A companhia privatizou ao longo de 2018 seis distribuidoras de energia no Alagoas, Amazonas, Acre, Piauí, Roraima e Rondônia.

Ainda houve reversões de uma provisão de 739 milhões de reais relativa à classificação de riscos de contingências nas distribuidoras já transferidas aos novos controladores e de outra provisão de 1,18 bilhão referente a uma taxa de fiscalização de recursos hídricos no Pará.

Por outro lado, houve provisão para contingências de 1,8 bilhão de reais, com destaque para 1,3 bilhão referente a empréstimo compulsório.

Também foi provisionado 1,18 bilhão associado a cobranças da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por devoluções de recursos ao fundo setorial Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).

O Plano de Demissão Consensual da companhia teve impacto no resultado de 370 milhões de reais, relativos a uma provisão.