Epidemia de fake news ameaça vacinação em terras indígenas

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Um helicóptero da Força Aérea Brasileira carregado de agentes de saúde e doses de vacina contra o coronavírus levanta voo em Lábrea, no sul do Amazonas, rumo à terra indígena dos Jamamadi. Povo de contato recente, os Jamamadi fazem parte, como todos os 410 mil indígenas adultos em aldeias do Brasil, do grupo prioritário para receber o imunizante.

Ao pousar, às margens do rio Purus, o helicóptero é recebido por homens e mulheres com arcos e flechas pedindo a retirada da equipe. Eles dizem temer pela própria vida se tomarem a vacina e exigem o retorno de um missionário americano proibido de entrar na região pela Funai. Querem orientações dele sobre a imunização. A aeronave tem de levantar voo com o carregamento de vacinas intacto.

O incidente, no dia 2 de fevereiro, foi descrito à BBC News Brasil por testemunhas que pediram para não serem identificadas. Temem abalar a relação entre equipes de saúde e indígenas. Esse nível de tensão é incomum, mas cada vez mais frequente. E ilustra um fenômeno grave.

Em meio à pandemia, indígenas estão vulneráveis a outro tipo de vírus, as chamadas “fake news”, que se espalham principalmente pelo WhatsApp nas comunidades indígenas.

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