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domingo , 6 julho, 2025

Fapero apoia a primeira patente de fármaco anti-leishmaniose e dispõe de R$ 1,4 milhão para pesquisas em saúde pública

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A Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero) obteve R$ 1,4 milhão que serão aplicados em custeio e investimentos no Programa de Pesquisas para o Sistema Único de Saúde (PPSUS) durante 2019.

“Hoje, 30 pesquisadores podem trabalhar suas descobertas essenciais ao desenvolvimento social de Rondônia. A tríade, ciência, tecnologia e inovação, caminha unida para o bem da sociedade”, disse hoje (26) o diretor científico da Fapero, Andreimar Martins Soares.

O Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) reconheceram o bom funcionamento da primeira fase do programa que teve três edições desde 2013.

Em meados de 2017, concluída pesquisa na área de Saúde, Rondônia, ainda carente no setor, pediu e obteve o patenteamento de um fármaco anti-leishmaniose obtido da serpente Crotalus durissus terrificus [espécie de cascavel que também habita a região amazônica]. Fomentado pelo Fapero, esse trabalho foi desenvolvido pela equipe do pós-doutor em Biociências Aplicadas à Farmácia, Roberto Nicolete, da Fundação Oswaldo Cruz-RO.

“Se tivermos a ciência consolidada, com ela também se consolida o sistema educacional, do Ensino Fundamental ao Ensino Superior”, considerou o diretor científico da Fapero, Andreimar Soares.

Os R$ 1,4 milhão atendem a duas chamadas: uma de R$ 1 milhão, outra de R$ 400 mil. A primeira já contemplou, por exemplo, a aquisição de um termociclador (PCR), aparelho de laboratório mais utilizado para amplificar segmentos de DNA através da reação em cadeia da polimerase.

De 11 propostas recomendadas, nove são para contratação e duas estão na suplência. O resultado do julgamento do PPSUS na 1ª chamada aprovou os seguintes trabalhos de profissionais da saúde:

CATEGORIA A

CATEGORIA B

Na lista final de não classificadas por nota, porém suplentes:

Equipe da Fiocruz-RO é vitoriosa com o patenteamento de fármaco contra leishmaniose

De 32 propostas submetidas à 2ª chamada (003/2016) foram contempladas 22, ou seja, a maioria:

 

EQUIPE TEM EXPERIÊNCIA CONTRA DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

Andreimar Soares, diretor científico da Fapero: maioria das propostas contempladas

Foram seis anos de espera. Desde 2013 a equipe do pós-doutor Roberto Nicolete avalia a eficácia e efeitos toxicológicos da crotamina isolada da cascavel.

Estudos in vitro possibilitaram combinações de droga, citotoxidade dos tratamentos sobre células, e as duas combinações mais eficazes de cada droga foram avaliadas acerca da inibição do crescimento de amastigotas, produção de NO [óxido nítrico] por reação de Griess e diferentes citocinas por ELISA [do inglês Enzyme Linked ImmunonoSorbent Assay).

Segundo Nicolete, os tratamentos foram feitos por oito dias alternados com os controles e combinações de drogas com CTA. A massa e tamanho da pata infectada foi monitorada diariamente.

Após 48 h do fim do tratamento os animais foram eutanasiados para a retirada de sangue, tecido da pata, linfonodo, rins, fígado e baço para posteriores experimentos. O sangue foi centrifugado e o soro separado para análise bioquímica e imunológica.

In vivo, a combinação das drogas com CTA mostrou-se mais eficaz que as drogas sozinhas na contagem de parasitos nos tecidos, revelou o estudo. A medida das massas dos órgãos não sugerem megalias [aumento ou desenvolvimento anormal de um órgão ou parte dele], no entanto, a bioquímica do soro dos animais demonstra aumento de enzimas hepáticas e musculares sem apresentar toxidade.

“A associação da crotamina mostra-se um promissor caminho para tratamentos antileishmania”, considerou Nicolete.

A equipe de pesquisadores tem experiência na área de Biotecnologia e doenças negligenciadas pela Fiocruz-RO: Roberto Nicolete (Fiocruz-RO e Ceará), Andreimar Martins Soares (Fiocruz-RO), Leonardo de Azevedo Calderon (Fiocruz-RO e Universidade Federal de Rondônia). Um aluno de Doutorado da Rede Bionorte, também bolsista da Fapero integra a equipe.

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