Rua no Japão destruída após terremoto, com carro preso em área colapsada e alerta de possível megaterremoto emitido pelo governo.
Carro fica preso em via que cedeu após forte tremor no norte do Japão; governo emitiu alerta inédito de megaterremoto.

O governo do Japão emitiu um alerta inédito de megaterremoto, após um tremor de magnitude 7,5 atingir o nordeste do país na noite de segunda-feira (8). A Agência Meteorológica afirmou que, com base em dados globais, existe a possibilidade de um abalo de magnitude igual ou superior a 8 ocorrer nos próximos dias ao longo da Fossa do Japão e da Fossa de Chishima.

Segundo Morikubo Tsukasa, representante do gabinete da primeira-ministra para preparação contra desastres, o tremor recente pode desencadear atividade sísmica mais intensa. “Ainda não sabemos se um evento dessa proporção vai ocorrer. Mesmo assim, todos precisam seguir o alerta e adotar medidas para proteger suas vidas”, afirmou.

Evacuações, feridos e danos estruturais

BBC – Um carro ficou preso em uma estrada que desabou em Tohoku, no norte do Japão. — Foto: EPA

O tremor deixou ao menos 30 feridos e obrigou milhares de moradores a deixarem suas casas. Como consequência direta do impacto, a região de Aomori registrou ondas de até 70 centímetros, o que levou à emissão de um alerta de tsunami. O aviso foi cancelado pouco depois, embora equipes de monitoramento tenham mantido a vigilância.

O terremoto ocorreu às 23h15 (11h15 no horário de Brasília), a 50 km de profundidade e a cerca de 80 km da costa. Por causa disso, estradas cederam, veículos ficaram presos e várias áreas ficaram sem energia. Além disso, serviços ferroviários foram suspensos por tempo indeterminado.

A primeira-ministra Sanae Takaichi pediu que a população revise seus protocolos de segurança. “Fixem seus móveis, organizem seus kits de emergência e estejam prontos para evacuar caso novos tremores aconteçam”, declarou.

Monitoramento em tempo real e atenção às usinas nucleares

Imediatamente após o tremor, o governo ativou o centro de gerenciamento de crises e mobilizou equipes para avaliar os danos e reforçar o atendimento às comunidades afetadas. A empresa Tohoku Electric Power informou que não encontrou anomalias nas usinas nucleares de Higashidori e Onagawa, avaliadas logo após o impacto.

As autoridades também comunicaram à Agência Internacional de Energia Atômica que não houve irregularidades na usina desativada de Fukushima, cenário do desastre de 2011 que devastou cidades inteiras após um abalo de magnitude 9,0 e o consequente tsunami.

Região historicamente vulnerável

O Japão está localizado em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Por isso, o país registra cerca de 1,5 mil terremotos por ano. Além disso, estudos divulgados no início deste ano apontam uma probabilidade entre 60% e 90% de que a Fossa de Nankai registre um megaterremoto nos próximos 30 anos.

Esse cenário preocupa especialistas, já que eventos dessa escala podem provocar danos bilionários e resultar em milhares de vítimas. Diversos abalos históricos na região reforçam a urgência das recomendações feitas pelo governo.

Próximos passos e medidas de prevenção

As autoridades continuam analisando a atividade sísmica, enquanto atualizam boletins de orientação para as áreas mais vulneráveis. Embora o alerta não confirme que um megaterremoto vai ocorrer, ele exige atenção máxima das comunidades costeiras, especialmente daquelas localizadas em rotas de tsunami.

Nos próximos dias, a Agência Meteorológica deve divulgar novos relatórios, conforme os sensores nacionais e internacionais coletarem dados adicionais.

Fonte: G1