Cérebro protegido: como a cirurgia dos vasos previne derrame e salva vidas

Diagnóstico precoce e avanços da neurocirurgia vascular reduzem o risco de AVC e preservam funções essenciais como memória, fala e coordenação

0
721
Ilustração em 3D de um cérebro com vasos sanguíneos destacados, envolvido por um halo azul que simboliza proteção vascular.
Ilustração mostra o cérebro e seus vasos sanguíneos, destacando a importância da cirurgia vascular na prevenção de derrames.

O cérebro humano trabalha em ritmo contínuo. Mesmo durante o sono, ele mantém atividades vitais, processa memórias, regula movimentos e coordena impulsos elétricos que sustentam o funcionamento de todo o organismo. Para que isso aconteça sem interrupções, o tecido cerebral depende de um fluxo constante de sangue rico em oxigênio e glicose. Quando esse fluxo falha, mesmo por poucos segundos, as células nervosas ficam vulneráveis e podem morrer rapidamente. Felizmente, há opções de cirurgia vascular que previne derrame, garantindo a saúde do cérebro.

Quando o fluxo sanguíneo falha e o risco de AVC aumenta

O suprimento de sangue para o cérebro ocorre por meio de uma rede complexa de artérias e veias. Entre elas, as carótidas, localizadas no pescoço, desempenham papel decisivo. Quando essas artérias acumulam placas de gordura, o calibre diminui e o fluxo perde eficiência. Em situações graves, o vaso se fecha completamente e provoca o AVC isquêmico, o tipo mais comum.

Há também o AVC hemorrágico, que ocorre quando uma artéria cerebral se rompe. Nesse caso, o sangue extravasado comprime estruturas delicadas, agrava o edema e reduz ainda mais a irrigação das áreas afetadas. Em ambos os cenários, o tempo de resposta é determinante, pois os neurônios começam a morrer em minutos e a cirurgia vascular que previne derrame se torna urgente.

É justamente nesse ponto que a cirurgia vascular que previne derrame se torna essencial.

O que faz a neurocirurgia vascular e quais doenças ela trata

A neurocirurgia vascular dedica-se ao diagnóstico e ao tratamento de doenças que atingem os vasos sanguíneos do cérebro e da medula espinhal. Muitas dessas condições evoluem de forma silenciosa e só são identificadas após exames de rotina ou quando sintomas persistentes, como dores de cabeça frequentes, chamam atenção.

Entre as principais doenças tratadas estão:

  • Aneurismas cerebrais – dilatações nas artérias que podem se romper e causar hemorragias graves.

  • Malformações arteriovenosas (MAV) – conexões anormais entre artérias e veias que alteram o fluxo e aumentam o risco de sangramento.

  • Cavernomas – acúmulos de vasos anômalos que provocam convulsões ou sangramentos repetidos.

  • Estenose carotídea por ateromatose – estreitamento das carótidas que eleva significativamente o risco de AVC, necessitando de cirurgia vascular que previne derrame.

  • Fístulas arteriovenosas – comunicações anormais entre artérias e veias, geralmente após traumas ou tromboses.

  • Doença de Moya-Moya – condição rara em que vasos cerebrais se estreitam progressivamente, exigindo cirurgias de revascularização.

Os tratamentos variam de acordo com a localização e a complexidade das lesões. Podem envolver cirurgia aberta, técnicas endovasculares — como embolização — ou abordagens combinadas, sempre com foco em preservar a circulação e impedir danos irreversíveis.

Como a cirurgia vascular protege funções cognitivas e reduz complicações

O objetivo do neurocirurgião vascular é garantir que o cérebro receba oxigênio e nutrientes de forma contínua. Isso depende tanto do diagnóstico precoce, por meio de exames como angiotomografia e angiografia cerebral, quanto de intervenções precisas que corrigem alterações antes que causem sequelas.

No caso dos aneurismas, por exemplo, o tratamento preventivo evita rupturas potencialmente fatais. Em situações de estenose das carótidas, a intervenção reduz drasticamente o risco de AVC. Já nas malformações complexas, o tratamento adequado impede sangramentos recorrentes e melhora a qualidade de vida do paciente.

Cuidar da circulação cerebral significa, antes de tudo, proteger memória, fala, coordenação e toda a capacidade cognitiva que define quem somos. A neurocirurgia vascular reúne tecnologia, precisão e conhecimento anatômico para manter o cérebro funcionando plenamente ao longo da vida.