CNH tem novas regras e aulas deixam de ser obrigatórias no Brasil

Nova resolução promete reduzir custos, ampliar opções de formação e flexibilizar etapas do processo de habilitação no Brasil

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O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou uma nova resolução que muda pontos centrais do processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A norma, que passa a valer após publicação no Diário Oficial da União, elimina a obrigatoriedade das aulas em autoescolas e oferece caminhos mais flexíveis para quem deseja se habilitar.

O Ministério dos Transportes afirma que a mudança reduz custos, simplifica etapas e incentiva novos condutores a formalizarem a habilitação. Hoje, cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem sem CNH, e o governo acredita que o novo modelo ajuda a reduzir esse número. Além disso, a medida integra políticas para tornar o trânsito mais seguro.

Contran elimina carga mínima de aulas teóricas

A resolução retira a carga horária mínima obrigatória das aulas teóricas. Assim, cada instituição poderá definir a duração do conteúdo, desde que siga as diretrizes do Contran. Além disso, o candidato ganha mais liberdade para escolher como estudar.

Agora, as aulas podem ocorrer:

  • presencialmente,

  • ao vivo de forma remota, ou

  • por meio de videoaulas gravadas.

Com isso, o candidato pode optar por:

  • autoescolas,

  • instituições EaD especializadas,

  • escolas públicas de trânsito,

  • entidades do Sistema Nacional de Trânsito.

Essa ampliação permite que mais pessoas encontrem formatos adequados ao próprio ritmo.

Aulas práticas ficam mais flexíveis com instrutor autônomo

A mudança também alcança as aulas práticas. O Contran cria a figura do instrutor autônomo, o que amplia as opções de quem deseja aprender a dirigir. Dessa forma, o candidato pode realizar aulas fora de autoescolas tradicionais e, inclusive, usar seu próprio veículo.

O carro deve cumprir as regras de segurança do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e o instrutor precisa estar devidamente autorizado. Além disso, a carga mínima caiu de 20 para 2 horas, o que reduz custos e agiliza o processo. Esse novo modelo reforça a autonomia do candidato e permite um aprendizado mais personalizado.

Como funciona a nova categoria de instrutores

Os instrutores já cadastrados no sistema recebem uma notificação no aplicativo da CNH e podem migrar para o modelo autônomo. Já os novos instrutores passam por um curso gratuito, oferecido pelo Ministério dos Transportes e por entidades credenciadas.

Para atuar como instrutor autônomo, o profissional deve:

  • ter ao menos 21 anos,

  • possuir ensino médio completo,

  • manter CNH há mais de dois anos na categoria de instrução,

  • evitar infrações gravíssimas nos últimos 12 meses,

  • obter autorização do Detran.

Dessa forma, o processo garante segurança e qualificação mesmo com maior flexibilidade.

Provas continuam obrigatórias e sem limite de tentativas

Embora várias etapas tenham passado por mudanças, as provas permanecem obrigatórias. A prova teórica segue com questões de múltipla escolha, no formato físico ou eletrônico. Para ser aprovado, o candidato deve acertar pelo menos 20 questões. Caso reprove, ele pode refazer o exame quantas vezes desejar.

Já a prova prática exige que o candidato cumpra um trajeto pré-definido. Uma comissão com três avaliadores acompanha o exame. Além disso, o candidato pode usar seu próprio veículo e reagendar a segunda tentativa sem qualquer custo adicional.

Essa estrutura mantém o rigor avaliativo e, ao mesmo tempo, oferece mais liberdade ao candidato.

Processo da primeira habilitação deixa de ter prazo de validade

O Contran também remove o prazo padrão de 12 meses para concluir a primeira habilitação. Agora, o processo permanece ativo por tempo indeterminado. Isso evita que candidatos reiniciem etapas após longas pausas e, consequentemente, reduz custos e retrabalho.

Categorias C, D e E mantêm exigências específicas

Motoristas das categorias profissionais — C, D e E — continuam realizando exames toxicológicos. Além disso, os serviços podem ocorrer tanto em autoescolas quanto em entidades autorizadas. Assim, o processo se ajusta a diferentes realidades e amplia a rede de atendimento.

Com esse conjunto de mudanças, o governo pretende ampliar o número de condutores habilitados, reduzir a informalidade no trânsito e modernizar o sistema de formação. Dessa maneira, o novo modelo busca atender às necessidades atuais dos candidatos e melhorar a segurança viária no país.