Sedentarismo já provoca desconfortos e perda de estabilidade até entre jovens saudáveis, aponta novo estudo.
O sedentarismo já apresenta efeitos mensuráveis até entre jovens saudáveis. Um novo estudo conduzido pelo professor Kwadwo Appiah-Kubi, da Universidade de Clarkson, mostrou que reduzir drasticamente a atividade física provoca mudanças rápidas no equilíbrio e na estabilidade da caminhada — mesmo entre adultos de 18 a 35 anos. O alerta reforça que longos períodos sentados comprometem a mobilidade futura e aumentam riscos no cotidiano.
O trabalho, publicado na revista Applied Sciences, analisou 133 voluntários equipados com sensores capazes de registrar o equilíbrio em pé e a dinâmica da marcha. A equipe dividiu os participantes conforme o tempo sentado ao longo do dia e o volume semanal de atividade física moderada. Assim, foi possível mapear como diferentes rotinas influenciam a estabilidade corporal.
Jovens ativos demonstram melhor estabilidade
Os resultados mostraram diferenças claras entre os grupos. Aqueles que se mantinham mais ativos e passavam menos horas sentados apresentaram controle mais firme do corpo, especialmente ao caminhar em curvas. Além disso, demonstraram melhor capacidade de correção durante pequenos desequilíbrios.
Já os voluntários que permaneciam longos períodos sentados, mas realizavam exercícios regulares, ainda apresentaram um nível parcial de proteção. Contudo, essa compensação não foi suficiente para eliminar completamente os efeitos negativos da inatividade prolongada.
O pior desempenho surgiu no grupo mais sedentário. Os participantes com maior tempo sentado exibiram equilíbrio reduzido e um padrão de marcha menos estável, indicando fragilidade precoce na forma de caminhar.
Alterações fisiológicas surgem rapidamente
Segundo Appiah-Kubi, essas mudanças ocorrem antes mesmo de serem percebidas no dia a dia. O pesquisador ressalta que a interrupção de uma rotina ativa provoca impactos fisiológicos rápidos — incluindo queda de força, redução da estabilidade e alterações metabólicas.
Esse comportamento acende um alerta importante para a saúde pública. Mesmo adultos jovens e aparentemente saudáveis já apresentam perda de mobilidade quando expostos a longos períodos de inatividade.
Exercícios continuam sendo a principal estratégia de prevenção
O estudo também reforça que a prática regular de atividade física, mesmo em intensidade moderada, ajuda a preservar o equilíbrio e prevenir lesões no longo prazo. Pausas frequentes no trabalho, ergonomia adequada e programas que identifiquem cedo problemas na marcha aparecem como recomendações práticas.
A pesquisa abre caminho para investigações com grupos ainda mais vulneráveis, como idosos e pessoas com limitações de locomoção. Para os autores, compreender como o sedentarismo afeta diferentes faixas etárias pode ajudar a desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento.