Ozempic em comprimido funciona e é seguro, aponta estudo

Versão oral do medicamento reduz peso, controla glicose e pode se tornar alternativa prática aos injetáveis.

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Uma nova versão oral do medicamento usado no controle do diabetes tipo 2 mostrou resultados encorajadores em um estudo internacional. O orforglipron, desenvolvido pelo mesmo fabricante do Ozempic, aparece como opção mais prática porque não depende de refrigeração e evita aplicações semanais. Além disso, os dados indicam que a formulação reduz peso e melhora o controle glicêmico mesmo em pacientes com maior dificuldade para emagrecer.

Comprimido apresenta resultados sólidos

O estudo acompanhou mais de 1,6 mil adultos ao longo de 16 meses. Durante o período, os participantes receberam três diferentes doses do comprimido ou placebo, sempre combinados com mudanças no estilo de vida. Como resultado, todas as doses apresentaram perda de peso superior ao placebo.

Enquanto o grupo controle perdeu apenas 2,5% do peso corporal, a dose de 6 miligramas resultou em redução de 5,1%. A dose intermediária atingiu 7% e a dose mais alta alcançou média de 9,6%. Além disso, uma parte dos voluntários superou 15% de perda do peso inicial, o que demonstra potencial clínico relevante.

Controle da glicose também melhora

Os pesquisadores observaram que, além da perda de peso, todas as doses contribuíram para melhorar o controle do açúcar no sangue. Como a média de idade dos participantes era de 57 anos e o peso médio ultrapassava 100 quilos, o resultado ganha ainda mais importância, especialmente porque esse público costuma enfrentar maior resistência ao tratamento.

Durante o acompanhamento, surgiram efeitos colaterais semelhantes aos dos demais medicamentos da classe GLP-1. Mesmo assim, a maior parte das queixas — como náuseas, vômitos, constipação e diarreia — apareceu de forma leve ou moderada e não impediu a continuidade do estudo.

Versão oral oferece alternativa mais prática

A possibilidade de substituir uma injeção semanal por um comprimido diário representa um avanço, principalmente porque simplifica o tratamento. Atualmente, grande parte das versões injetáveis exige armazenamento refrigerado e pode causar desconforto no momento da aplicação. Com o comprimido, o paciente evita essas dificuldades e amplia a flexibilidade no uso.

Além disso, o orforglipron se diferencia porque é absorvido pelo trato digestivo como um medicamento tradicional. Esse comportamento permite que o uso se torne viável em regiões onde a refrigeração ainda representa uma barreira.

Previsão de aprovação e impacto futuro

Apesar dos resultados positivos, especialistas reforçam que ainda serão necessários estudos que comparem diretamente o comprimido a outros medicamentos para perda de peso. Mesmo assim, os dados atuais sugerem que a formulação oral poderá preencher uma lacuna importante ao oferecer tratamento menos invasivo e mais acessível.

A previsão é que o medicamento seja avaliado para aprovação regulatória já em 2026. Como existe expectativa de custo menor em comparação com versões injetáveis, o uso pode se tornar mais acessível e facilitar a inclusão em planos de saúde, ampliando o alcance do tratamento.

Fonte: Metrópoles