Operação GODOS: Rondônia realiza maior ação da história contra o crime organizado

Maior operação já deflagrada no âmbito estadual rondoniense mobiliza mais de 500 agentes em quatro estados.

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O Ministério Público de Rondônia (MPRO) deflagrou, nesta quarta-feira (12), a Operação GODOS, considerada a maior já executada na história do estado. A ação desarticulou uma organização criminosa envolvida em extorsão, crimes ambientais, homicídios e lavagem de dinheiro. Além disso, o bloqueio judicial ultrapassa R$ 2 bilhões, valor que reforça a gravidade do esquema e o impacto da operação em Rondônia.

Ação integrada mobiliza quatro estados e centenas de agentes

A ofensiva foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio do Núcleo de Análises Técnicas (NAT) e das Promotorias de Justiça de várias comarcas.
Para garantir a amplitude das diligências, o MPRO contou com forças de segurança de Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará. Na Operação GODOS em Rondônia, mais de 500 profissionais participaram da operação, entre promotores, policiais, peritos e servidores administrativos.

Além disso, instituições como PMRO, PCRO, Politec, Corpo de Bombeiros, FTICCO, Sesdec, Sedam e DER atuaram de forma coordenada. Essa integração reforça o compromisso das forças públicas com a justiça, a segurança e a proteção ambiental.

Mandados, prisões e bloqueios bilionários

Durante a operação, foram cumpridos 50 mandados de prisão temporária e 120 de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho.
Ao mesmo tempo, o Judiciário determinou o bloqueio e sequestro de bens e valores que somam R$ 2,05 bilhões, abrangendo danos ambientais, patrimoniais e climáticos.
Com esses números, a Operação GODOS se consolida como a maior ação já deflagrada em território rondoniense, e a Operação GODOS em Rondônia marcou história tanto em alcance quanto em impacto financeiro.

Esquema envolvia grilagem, extorsão e lavagem de dinheiro

As investigações começaram em setembro de 2022, após denúncias de que um grupo armado intimidava posseiros e proprietários rurais na região de Nova Mutum Paraná, em Porto Velho.
Com frequência, as vítimas eram obrigadas a ceder terras sob ameaça de morte, assinando contratos falsos de cessão de posse.
Para garantir o domínio sobre as áreas, os criminosos utilizavam armas de fogo e aplicavam violência física. Além disso, furtavam maquinários, destruíam benfeitorias e roubavam gado.

Posteriormente, o grupo vendia as áreas obtidas ilegalmente e lavava o dinheiro por meio de “laranjas”, empresas de fachada e transações imobiliárias.
Entre 2020 e 2025, os investigados movimentaram mais de R$ 110 milhões em contas bancárias.
Durante o período da Operação GODOS Rondônia, causaram ainda desmatamento ilegal em 25 mil hectares, o equivalente a 35 mil campos de futebol.
Por consequência, os danos ambientais foram amplos e atingiram ecossistemas inteiros da Amazônia rondoniense.

Operação representa marco na defesa do meio ambiente

O MPRO destacou que a Operação GODOS simboliza um avanço decisivo na proteção ambiental e no combate à criminalidade rural.
Além de atingir o núcleo financeiro do grupo, a ação impede a continuidade de práticas ilegais que colocavam em risco comunidades inteiras.
Dessa forma, o Ministério Público reforça que a repressão ao crime deve caminhar junto com a preservação dos recursos naturais e o fortalecimento do Estado de Direito.

Compromisso contínuo com a sociedade

Para o MPRO, a operação reforça a importância da cooperação entre instituições. Por isso, o órgão reafirma seu compromisso de seguir combatendo o crime organizado com inteligência e integração.
Conforme a Gerência de Comunicação Integrada, o trabalho continuará firme para garantir segurança, justiça e respeito às leis na Operação GODOS Rondônia.

“O Ministério Público reafirma seu compromisso inabalável com a defesa da sociedade, da ordem jurídica e do regime democrático”, destacou o MPRO.

 

Fonte: MPRO