Cena da série Tremembé mostra mulher escoltada por agentes penitenciárias, simbolizando o contraste entre realidade e ficção.
Protagonista de “Tremembé” é escoltada por agentes em cena que mistura elementos reais e ficcionais da trama.

A nova série “Tremembé”, lançada no Prime Video, vem chamando atenção do público. A produção mistura fatos reais e elementos ficcionais para recontar histórias que marcaram o país. Além disso, a série se inspira em crimes de grande repercussão nacional, como os de Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá, todas presas no mesmo presídio em São Paulo.

Baseada em livros e documentos oficiais

A série foi criada a partir dos livros “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido” e “Suzane: assassina e manipuladora”, ambos escritos pelo jornalista Ullisses Campbell. Ele também assina o roteiro ao lado de Vera Egito, Juliana Rosenthal, Thays Berbe e Maria Isabel Iorio.
De acordo com Campbell, o objetivo foi reconstituir os fatos com fidelidade, sem romantização.

“Nos esforçamos ao máximo para retratar o que realmente aconteceu, especialmente ao narrar os crimes”, afirmou o autor à CNN.

A direção geral é de Vera Egito, conhecida por produções de forte impacto psicológico e visual, o que reforça o tom dramático da trama.

Realidade e ficção lado a lado

Os roteiristas explicam que a série se apoia em documentos do Ministério Público, evitando a versão da defesa. “Contemplamos a versão das sentenças, não das justificativas”, reforçou Campbell.
Entre os fatos retratados com exatidão estão:

  • o relacionamento entre Suzane, Elize e Sandrão, ocorrido em momentos diferentes;

  • a entrevista de Suzane e Sandrão ao apresentador Gugu Liberato, que realmente aconteceu;

  • a conversão de Suzane ao evangelho e sua participação em atividades de costura;

  • o casamento de Daniel Cravinhos com uma visitante da penitenciária, encerrado em 2022;

  • e o pedido de prisão domiciliar de Roger Abdelmassih, alegando doença — fato confirmado pelos registros judiciais.

Com esses elementos, a série busca equilibrar a precisão dos fatos e o impacto emocional de cada personagem.

Quando a ficção assume o comando

Por outro lado, algumas situações foram criadas para dar ritmo à narrativa e explorar a psicologia dos personagens.
Entre os elementos ficcionais estão:

  • o modo como Suzane e Elize se conheceram;

  • os diálogos entre os detentos, desenvolvidos pela equipe de roteiristas;

  • e nomes alterados de personagens secundários, como o namorado fictício de Cristian Cravinhos e a personagem Poliana.

Essas escolhas ajudam a tornar a história mais envolvente, enquanto preservam a essência dos acontecimentos reais.

Elenco e ambientação

O elenco conta com nomes de destaque da teledramaturgia brasileira. Marina Ruy Barbosa interpreta Suzane von Richthofen, Carol Garcia vive Elize Matsunaga, Bianca Comparato dá vida a Anna Carolina Jatobá e Felipe Simas interpreta Daniel Cravinhos.
Além disso, a fotografia reforça o contraste entre realidade e ficção. Tons frios e azulados dominam as cenas do presídio, enquanto os tons quentes aparecem nos momentos de introspecção e lembrança — recurso visual que traduz o conflito interno das personagens.

Uma obra que provoca reflexão

Mais do que recontar crimes, “Tremembé” provoca o público a refletir sobre como a sociedade consome histórias reais de violência.
Ao transformar casos verídicos em entretenimento, a série levanta um debate sobre os limites éticos do gênero true crime.
Assim, o espectador é convidado a pensar não apenas nos crimes em si, mas também na forma como eles são narrados e julgados fora dos tribunais.

Uma série que desafia a fronteira entre fato e ficção

Com base em livros e documentos oficiais, “Tremembé” recria episódios marcantes do noticiário policial brasileiro.
A produção combina realismo documental e liberdade criativa, entregando uma narrativa intensa, provocadora e tecnicamente bem construída.
Por isso, a série se consolida como um dos títulos mais comentados do Prime Video em 2025.

Fonte: CNN Brasil