Ilustração médica mostra injeção inteligente aplicada no pescoço humano para tratar câncer, com destaque para células sendo neutralizadas por luz azul.
Cientistas de Londres desenvolvem injeção inteligente capaz de reduzir o câncer de cabeça e pescoço em seis semanas, com poucos efeitos colaterais.

Pesquisadores do Instituto para Pesquisa do Câncer de Londres anunciaram um avanço importante na medicina moderna. Eles desenvolveram uma injeção inteligente que reduz o câncer de cabeça e pescoço em apenas seis semanas. O estudo foi apresentado durante o Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) 2025, em Paris, e chamou a atenção da comunidade científica mundial.

O medicamento, chamado amivantamabe, é um anticorpo biespecífico com ação direcionada. Ele atua em duas moléculas do tumor ao mesmo tempo, bloqueando proteínas que impulsionam o crescimento das células cancerígenas, como a EGFR e a via MET. Assim, o sistema imunológico identifica e elimina as células doentes com mais precisão, o que impede o avanço da doença e reduz a necessidade de tratamentos agressivos.

Resultados clínicos animadores

Os testes envolveram 55 centros de pesquisa de 11 países, incluindo pacientes com cânceres recorrentes e metastáticos. Durante as fases iniciais do estudo, o amivantamabe foi aplicado sozinho e também em combinação com outros medicamentos. Como resultado, 76% dos pacientes apresentaram resposta positiva em até seis semanas.

Além disso, os cientistas observaram baixo índice de efeitos colaterais, geralmente leves. O medicamento também pode ser aplicado sob a pele, o que torna o tratamento mais prático e acessível. Outro destaque é a sobrevida livre de progressão, que alcançou 6,8 meses, um tempo considerado expressivo para casos avançados.

História real de recuperação

O britânico Carl Walsh, 59 anos, foi um dos voluntários do estudo. Diagnosticado com câncer de língua em 2024, ele enfrentava dores intensas e dificuldade para se alimentar. No entanto, após iniciar o tratamento com o amivantamabe, relatou uma melhora significativa.

“As dores diminuíram e voltei a falar e comer com facilidade. Às vezes até esqueço que tenho câncer”, afirmou.

Para o professor Kevin Harrington, especialista em terapias biológicas contra o câncer, o medicamento representa uma mudança de paradigma. Segundo ele, o amivantamabe é considerado “inteligente” justamente porque atua de forma precisa e simultânea em diferentes frentes da doença. Por isso, o impacto clínico foi tão rápido e consistente.

Outras descobertas no mesmo congresso

Durante o evento, a empresa Fulgent Genetics apresentou outro tratamento experimental com resultados positivos. O novo medicamento, chamado FID-007, utiliza nanopartículas para levar o fármaco diretamente ao tumor, o que aumenta a eficácia e diminui os danos às células saudáveis.

Nos testes realizados, 51% dos pacientes responderam bem à terapia. Além disso, a sobrevida média foi de 7,8 meses, e os efeitos colaterais permaneceram leves. Dessa forma, os estudos reforçam a tendência global da medicina moderna: desenvolver terapias direcionadas, menos invasivas e mais eficientes para combater o câncer.

Esperança e futuro

O sucesso do amivantamabe mostra que a tecnologia pode transformar o tratamento oncológico. Graças ao seu mecanismo de ação preciso, o medicamento oferece melhores resultados clínicos, mais conforto e menos riscos. Por isso, especialistas acreditam que ele abrirá caminho para uma nova geração de terapias inteligentes.

A partir desses avanços, pacientes com câncer de cabeça e pescoço voltam a ter esperança real de cura e qualidade de vida. Enquanto isso, o mundo científico celebra mais um passo em direção a tratamentos eficazes e humanos, que unem inovação e compaixão.

Fonte: Só Notícia Boa