Pó rosa sobre espelho com taça tombada e cartão dourado, simbolizando o contraste entre o luxo e os riscos da cocaína rosa.
Arte retrata o perigo da cocaína rosa, droga sintética associada ao falso glamour das festas e a graves riscos à saúde.

O que é a “cocaína rosa”

Conhecida também como “2C-B”, a cocaína rosa é uma droga sintética com efeito alucinógeno e estimulante. Ela tem se popularizado em festas de alto padrão e eventos eletrônicos.
Apesar do nome, não possui relação direta com a cocaína tradicional, pois é composta por substâncias químicas diferentes, derivadas da feniletilamina — a mesma base do ecstasy e do LSD.

Além disso, a coloração rosa e a aparência refinada são estratégias que conferem uma imagem de exclusividade e status, o que tem atraído especialmente o público jovem. Assim, o que parece inofensivo se transforma em uma ameaça real à saúde.

Efeitos e riscos à saúde

Comprimidos de MDMA, popularmente conhecidos como ecstasy, têm composição variável e alto risco de contaminação com outras drogas sintéticas. Imagem: Michiel Vaartjes / Shutterstock

Os efeitos da cocaína rosa surgem em poucos minutos. Entre eles estão aumento de energia, euforia, desinibição e alucinações visuais e auditivas.
No entanto, logo depois da euforia, aparecem reações adversas perigosas:

  • Aceleração cardíaca e hipertensão;

  • Ansiedade e crises de pânico;

  • Delírios e comportamento agressivo;

  • Risco de overdose e parada cardíaca.

Por consequência, especialistas alertam que o consumo, mesmo em pequenas doses, pode causar danos cerebrais irreversíveis.
Além disso, a mistura com álcool e outras substâncias potencializa os efeitos tóxicos, o que torna o uso ainda mais arriscado.

O falso glamour da droga

O apelo visual e o marketing ilegal em torno da cocaína rosa criam uma falsa sensação de luxo.
Entretanto, médicos e autoridades reforçam que não existe consumo seguro.
Em muitos casos, o produto vendido como “pink cocaine” contém misturas imprevisíveis de anfetaminas e anestésicos veterinários, o que aumenta o risco de intoxicação severa.

Por outro lado, o psiquiatra Dr. Carlos Pires, especialista em dependência química, destaca o impacto psicológico dessa droga:

“A cor e a estética da droga enganam. O usuário acredita estar em controle, mas a substância é altamente neurotóxica e pode causar danos permanentes no cérebro.”

Assim, a combinação de beleza, exclusividade e perigo cria um cenário de alerta para a saúde pública.

A expansão nas festas e apreensões no Brasil

A cocaína é a segunda droga mais consumida no mundo, segundo a ONU/Shutterstock
Foto PeopleImages.com – Yuri A

Nos últimos anos, a Polícia Federal e as polícias civis de diversos estados registraram aumento expressivo nas apreensões da droga.
Essas remessas vêm principalmente da Europa e da Colômbia, chegando ao Brasil por rotas ligadas ao tráfico internacional.

Enquanto isso, o Departamento de Polícia Federal alertou, em relatórios recentes, que a substância vem sendo distribuída em eventos fechados e festas privadas, especialmente nas regiões Sudeste e Sul do país.
Além disso, as redes sociais têm sido utilizadas para promover o produto com promessas de experiências “sensorialmente intensas”, mascarando o real perigo que ele representa.

Alerta final: o glamour que esconde o perigo

A cocaína rosa representa, portanto, um novo desafio de saúde pública, unindo aparência sofisticada e alto poder destrutivo.
Apesar do tom de luxo que cerca seu consumo, trata-se de uma droga sintética perigosa, sem controle de composição e com efeitos potencialmente fatais.

Dessa forma, o combate ao seu uso depende de informação, prevenção e diálogo aberto.

A busca por prazer imediato não pode custar a vida.

Fonte: Olhar Digital