Câmara dos Deputados vota projeto de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, com destaque para Brasília e notas de R$ 100
Foto de capa mostra o Congresso Nacional e o plenário da Câmara, com destaque para o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda

A Câmara dos Deputados decide nesta quarta-feira (1º) sobre o projeto que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para brasileiros que recebem até R$ 5 mil por mês. Essa é uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, por isso, o governo trata o tema como prioridade.

O projeto garante isenção total para quem ganha até R$ 5 mil mensais (R$ 60 mil por ano) e cria um desconto proporcional para rendas de até R$ 7.350. A cobrança do IR continua sendo progressiva, ou seja, quem tem renda maior paga alíquotas mais elevadas.

📊 Pela regra atual, a isenção vale apenas para rendas de até R$ 3.036. Com a mudança, milhões de brasileiros podem deixar de pagar imposto já em 2026, caso o projeto avance no Congresso.

Texto propõe compensações com nova alíquota para altos rendimentos

Para evitar perdas significativas na arrecadação, o projeto define uma nova alíquota de até 10% sobre rendimentos anuais acima de R$ 600 mil. A cobrança atinge o teto máximo (10%) a partir de R$ 1,2 milhão por ano. No entanto, não altera as regras para quem já paga os 27,5% tradicionais.

Com essa compensação, o impacto previsto para os cofres públicos em 2026 será de aproximadamente R$ 25,8 bilhões. Além disso, o parecer do relator Arthur Lira (PP-AL) inclui a destinação de parte do excedente de arrecadação para estados e municípios.

Disputa política movimenta a tramitação no Congresso

Apesar de ter sido aprovado em comissão especial, o texto precisa passar pelo plenário da Câmara, pelo Senado Federal e, por fim, ser sancionado pela Presidência. Em paralelo, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) retomou um projeto semelhante, apresentado em 2019, que ganhou força após a demora na Câmara.

Essa movimentação revela uma disputa política entre Lira e Renan, dois nomes cotados para a corrida ao Senado em 2026.

Governo e Congresso apostam em justiça tributária

Nas redes sociais, autoridades reforçaram o caráter social da proposta. A ministra Gleisi Hoffmann (PT) destacou a desigualdade entre trabalhadores assalariados e investidores:

“Não há justificativa para salários serem taxados em 27,5%, enquanto lucros e dividendos pagam só 2,5%.”

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou:

“A isenção do IR não é um favor do Estado. É justiça social e reconhecimento de um direito.”

Fonte: G1