Mulher idosa japonesa de máscara pedalando bicicleta em rua urbana, representando saúde e longevidade
Idosas ativas e independentes fazem parte do cotidiano japonês e ajudam a explicar a maior longevidade feminina do mundo

Mulheres centenárias no Japão desafiam o tempo

O Japão é o país com o maior número de pessoas centenárias do mundo, e as mulheres dominam essa estatística. Em 2024, mais de 88 mil japoneses tinham 100 anos ou mais. Desses, impressionantes 88% eram mulheres.

Esse fenômeno não é recente. Desde os anos 1960, o número de centenários cresce de forma constante. Mas o destaque feminino chama a atenção de pesquisadores, que investigam o que faz da longevidade feminina no Japão um caso tão único.

Alimentação tradicional é um pilar da vida longa

A base da alimentação japonesa está centrada em arroz, peixes, vegetais, soja e chá verde. Pouco processados, os alimentos são ricos em fibras, antioxidantes e compostos anti-inflamatórios. Além disso, porções pequenas fazem parte da cultura alimentar.

Mulheres mais velhas no Japão mantêm esses hábitos durante toda a vida, o que contribui para a saúde cardiovascular, controle de peso e prevenção de doenças crônicas.

Cultura do movimento e da disciplina cotidiana

Outro fator determinante é o estilo de vida ativo. Mesmo após a aposentadoria, muitas japonesas mantêm rotinas de caminhada, jardinagem, tarefas domésticas e até exercícios tradicionais como o radio taisō — ginástica feita ao som de rádio.

Essas atividades preservam o equilíbrio, a força muscular e a autonomia, fatores que reduzem quedas e internações na terceira idade.

Longevidade também é mental, emocional e social

O conceito de “ikigai”, que pode ser traduzido como “razão de viver”, é amplamente cultivado no Japão. Ter propósito, manter conexões sociais e sentir-se útil são aspectos centrais da vida dos idosos.

Além disso, o respeito aos mais velhos é um valor cultural profundo, o que garante apoio familiar e comunitário, especialmente para as mulheres.

Genética conta, mas não explica tudo

Pesquisas mostram que a genética tem participação limitada na expectativa de vida no Japão. Os fatores ambientais, como alimentação, rede de apoio, acesso à saúde e estilo de vida, têm peso muito maior.

Por isso, países que tentam replicar o modelo japonês olham com atenção para as políticas públicas e valores culturais envolvidos.

Um símbolo mundial de envelhecimento saudável

A imagem da mulher centenária japonesa passou a representar o que muitos especialistas chamam de “envelhecimento bem-sucedido”. Envelhecer com saúde, mobilidade, autonomia e alegria é uma realidade para muitas dessas mulheres.

Enquanto o mundo enfrenta desafios com o envelhecimento populacional, o Japão oferece lições práticas sobre como transformar a longevidade em qualidade de vida.

Fonte: Olhar Digital