Lula defende a soberania nacional em discurso na ONU
Arte mostra o presidente Lula discursando na Assembleia Geral da ONU com a frase “Brasil resiste às pressões externas”

Soberania nacional é tema central do discurso de Lula na ONU

Durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os ataques à soberania nacional, as sanções arbitrárias e as intervenções unilaterais estão se tornando regra no cenário internacional. Segundo ele, essa postura representa um risco direto ao multilateralismo global.

Apesar de não mencionar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, Lula deixou claro que os Estados Unidos praticam uma política de coerção. Ele classificou as ações como chantagem econômica, principalmente após o tarifaço imposto aos produtos brasileiros e ressaltou que a coerção afeta a soberania do Brasil.

Lula defende o Judiciário e condena pressão internacional

Ainda em sua fala, Lula fez questão de defender a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e de seus ministros. Ele reagiu à sanção da Lei Magnitsky por parte dos Estados Unidos, que atinge o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa.

De acordo com o presidente, a soberania nacional não está à venda. Ele frisou que qualquer interferência externa nos processos judiciais brasileiros é inaceitável, pois é um ataque direto à nossa soberania, minando a noção completa da soberania nacional.

Exaltação da democracia e crítica à extrema-direita

Ao abordar a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula lembrou que o processo ocorreu com garantias constitucionais. “Não há pacificação sem justiça. O ex-presidente teve amplo direito de defesa, como deve ocorrer em uma democracia”, disse. Ele acrescentou: “Esta é a essência da nossa soberania nacional.”

Além disso, Lula criticou a atuação da extrema-direita, que segundo ele, age com saudade de antigas hegemonias. Ele alertou que “falsos patriotas arquitetam ataques contra o Brasil”, tentando desestabilizar a democracia com apoio de milícias digitais e físicas, ameaçando assim a soberania nacional.

Críticas ao genocídio em Gaza e veto à Palestina

Durante o discurso, Lula lamentou a ausência da delegação palestina na ONU, impedida de participar após decisão do governo Trump. Para o presidente, essa medida revela uma fragilidade democrática na própria ONU.

Embora tenha condenado os atentados terroristas promovidos pelo Hamas, ele afirmou que nada justifica o genocídio em curso na Faixa de Gaza. Lula reforçou que responder com violência desproporcional é uma prática inaceitável, especialmente quando afeta civis e compromete o diálogo diplomático, afetando diretamente a soberania nacional de regiões envolvidas.

Regulação das redes e proteção de jovens no ambiente digital

Lula também voltou a defender a regulação das redes sociais. Conforme declarou, as plataformas digitais têm sido usadas para disseminar ódio, intolerância, fraudes e crimes contra a infância.

Na ocasião, o presidente destacou a sanção recente do Estatuto Digital da Criança e do Adolescente, que estabelece regras claras para a proteção de jovens na internet. “Regular não é censurar. É garantir segurança no ambiente digital, como já fazemos no mundo real”, afirmou. Essas ações fazem parte do compromisso com a proteção e preservação da soberania nacional no ambiente digital.

COP30, Amazônia e Fundo Florestas Tropicais

Encerrando seu discurso, Lula reforçou que a COP30, prevista para novembro em Belém (PA), será uma oportunidade para os líderes mundiais demonstrarem compromisso com o planeta. Segundo ele, o mundo verá de perto a realidade da Amazônia.

Por fim, anunciou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que vai financiar ações sustentáveis e remunerar a preservação ambiental. Assim, a soberania nacional é fortalecida ao atrair recursos internacionais e demonstrar o Brasil como liderança climática.

Fonte: SBT News