Policial de choque e jovens manifestantes em protesto no Nepal, com faixas contra a censura e fogo ao fundo
Imagem ilustrativa retrata o confronto entre forças de segurança e manifestantes durante a insurreição popular no Nepal, em 2025.

Censura digital foi o estopim da crise

A crise no Nepal começou com um decreto governamental que restringiu o acesso a 26 plataformas digitais, incluindo Facebook, TikTok, YouTube e X/Twitter. Embora a justificativa oficial alegasse falta de registro legal das empresas, a população reagiu com indignação, classificando a medida como censura direta. De fato, essa tensão fez parte da insurreição no Nepal.

Juventude lidera movimento contra o sistema

Milhares de manifestantes marcham em Katmandu cercados por tropas policiais durante protestos contra o governo do Nepal
Manifestantes se concentram nas ruas de Katmandu exigindo liberdade digital e reformas políticas, enquanto policiais formam bloqueio em linha

Diante da censura, a reação foi imediata. Milhares de jovens ocuparam as ruas de Katmandu, exigindo liberdade digital, eleições limpas e o fim da corrupção endêmica. A insurreição no Nepal abriu caminho para o movimento ganhar o nome de “Levantamento da Geração Z” e se destaca por ser horizontal, descentralizado e espontâneo. Por esse motivo, a repressão e a negociação se tornaram ainda mais difíceis para o governo.

Represália estatal agrava tensão

Policiais avançam contra manifestantes em meio a gás lacrimogêneo durante protestos em Katmandu, Nepal
Forças de segurança nepalesas enfrentam protestos com gás lacrimogêneo nas ruas da capital Katmandu, durante a insurreição popular de 2025

A resposta do governo, contudo, foi violenta. Tropas de choque utilizaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e até munição real contra manifestantes. Segundo testemunhas, ao menos 19 pessoas morreram. Além disso, o governo impôs toque de recolher indefinido e acionou as Forças Armadas para patrulhar a capital. Isso fez parte de uma insurreição contínua no Nepal.

Renúncia do primeiro-ministro não conteve os protestos

Na noite do dia 9, o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli renunciou ao cargo após pressão popular e debandada de aliados políticos. No entanto, a decisão não conteve os protestos, que agora exigem reforma total do sistema político e responsabilização criminal dos agentes públicos envolvidos na repressão, refletindo a insurreição no Nepal.

Crise institucional pode levar à refundação do país

Analistas apontam que a insurreição no Nepal representa uma ruptura geracional. Jovens sem memória da monarquia perderam a fé na democracia parlamentar e exigem mudança estrutural. Desde então, a crise paralisou o turismo, causou cancelamentos de voos e impacta diretamente a estabilidade da região.

Fonte: Conexão Política