Homem exausto sentado em ambiente doméstico com partículas do vírus, simbolizando o impacto da covid longa comparável ao Parkinson.
Estudo aponta que a covid longa pode comprometer a qualidade de vida em nível semelhante ao Parkinson.

A covid longa afeta milhões de pessoas e compromete a qualidade de vida de forma comparável ao Parkinson, segundo estudo internacional. Pesquisadores alertam para a gravidade da condição, que exige reabilitação e políticas públicas específicas.

Covid longa: condição persistente e debilitante

A covid longa é caracterizada pela manutenção de sintomas mesmo após três meses da infecção pelo coronavírus. Além disso, sinais como fadiga, falta de ar, dores no corpo e névoa mental aparecem e desaparecem de forma intermitente, o que torna o diagnóstico ainda mais complexo.

Pesquisas estimam que cerca de 6% das pessoas infectadas desenvolvem a condição. Consequentemente, muitos pacientes veem sua rotina diária profundamente afetada, mesmo em atividades simples.

Comparação com doenças graves

De acordo com pesquisa publicada na The Conversation por especialistas das universidades Deakin e La Trobe, na Austrália, os impactos da covid longa na vida dos pacientes são comparáveis a doenças como síndrome da fadiga crônica, AVC, artrite reumatoide e Parkinson.

Pessoas com covid longa relataram incapacidade pior do que 98% da população australiana em geral. Além disso, cerca de 86% atingiram o limite de deficiência grave”, destacam os pesquisadores.

Portanto, a condição não pode ser considerada apenas um desconforto passageiro, mas sim uma limitação de grande impacto social e médico.

Atividades domésticas e sociais são as mais afetadas

A análise envolveu 121 adultos australianos infectados entre 2020 e 2022 que não necessitaram de hospitalização. Mesmo assim, anos depois, grande parte relatou limitações diárias.

  • Em média, pacientes tiveram dificuldades em 27 dias por mês;

  • Em 18 dias, não conseguiram desempenhar atividades básicas.

As tarefas mais prejudicadas foram as domésticas e de socialização. Assim, muitos relataram isolamento, perda de vínculos e queda significativa na qualidade de vida.

Fadiga vai além do cansaço

Segundo os especialistas, a fadiga crônica da covid longa significa mais do que sentir-se cansado. Na prática, pode causar riscos como perda de concentração ao dirigir, abandono de hobbies e afastamento de amigos e familiares.

Por isso, o estudo ressalta a urgência de programas de reabilitação específicos, voltados para a recuperação da autonomia e da qualidade de vida dessas pessoas.

Desafio de saúde pública

A condição segue como um desafio mundial. Além do impacto individual, há também repercussões sociais e econômicas que exigem maior investimento em pesquisas, conscientização e políticas de atendimento especializado.

Dessa forma, compreender melhor os efeitos a longo prazo será essencial para reduzir os danos físicos, emocionais e sociais provocados pela covid longa.

Fonte: Olhar Digital