Nicolás Maduro discursa em ato político com multidão de milicianos e bandeiras vermelhas ao fundo, destacando tensão com os EUA.
Ilustração mostra Nicolás Maduro convocando milhões de milicianos, em meio a um cenário de militares e navios de guerra que simbolizam as tensões entre Venezuela e Estados Unidos.

Nicolás Maduro anunciou a ativação de milhões de milicianos em resposta à recompensa de US$ 50 milhões oferecida por Washington. A medida intensifica a tensão militar no Caribe e reforça o discurso de resistência do governo venezuelano ao mobilizar 4 milhões de pessoas.

Mobilização em resposta às pressões dos EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (19) a ativação de 4,5 milhões de milicianos para reforçar a defesa do território nacional. A decisão surgiu como reação direta às ameaças dos Estados Unidos, que recentemente aumentaram a recompensa por informações que levem à captura do líder venezuelano.

Além do aumento da recompensa, o governo de Donald Trump lançou uma operação antidrogas com militares no Caribe. Esse movimento aprofundou ainda mais o clima de tensão entre Caracas e Washington, particularmente depois de anunciar a mobilização de 4 milhões de milicianos.

Exército popular como estratégia de defesa

Durante um ato transmitido pela TV estatal, Maduro afirmou que a Milícia Bolivariana, composta por cerca de 5 milhões de reservistas, será fundamental na defesa do país. Criada por Hugo Chávez, essa força já faz parte da estrutura das Forças Armadas e atua de maneira complementar ao Exército.

“Vou ativar um plano especial para garantir a cobertura de todo o território com mais de 4,5 milhões de milicianos, preparados, ativados e armados”, declarou o presidente. Logo depois, ele pediu que fábricas e trabalhadores se unissem ao movimento: “Fuzis e mísseis para a classe operária e para a força camponesa defenderem a pátria”.

Reação de Washington e críticas internas

Os Estados Unidos acusam Maduro de envolvimento com o narcotráfico e o classificam como ameaça à segurança nacional. Em janeiro, sob o governo de Joe Biden, Washington já havia oferecido US$ 25 milhões pela captura do presidente venezuelano. Mesmo assim, Maduro segue mobilizando milhões de milicianos em resposta.

Entretanto, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, rebateu as acusações. Para ele, as medidas norte-americanas são “tolas e fantasiosas”. Além disso, ressaltou que representam uma violação clara do direito internacional e da soberania do país.

Contexto geopolítico e tensões no Caribe

Com a escalada militar dos EUA no Caribe, a Venezuela enxerga riscos cada vez maiores à sua soberania. Navios de guerra e tropas estrangeiras circulam na região, o que gera um cenário de instabilidade.

Nesse contexto, analistas avaliam que a estratégia de Maduro serve não apenas para fortalecer a defesa territorial, mas também para consolidar o discurso político de resistência. Assim, o presidente busca manter o apoio popular em meio à crise econômica e ao isolamento internacional, mobilizando milhões de milicianos.

Desdobramentos

A decisão de Maduro de mobilizar milhões de milicianos amplia o confronto político e militar entre Venezuela e Estados Unidos. Enquanto Washington intensifica pressões com sanções e operações conjuntas no Caribe, Caracas responde com a expansão das milícias populares. Dessa forma, o clima de instabilidade na região se torna ainda mais evidente.

Fonte: G1