Capa do artigo sobre golpes da machosfera, mostrando silhueta de jovem no celular e imagens de luxo ao fundo, com destaque para botão “veja os detalhes no site TVdoPOVO.com”.
Arte mostra como a machosfera utiliza redes sociais para atrair jovens, explorar inseguranças e espalhar discursos misóginos.

O que é a machosfera e como ela atua

A chamada machosfera reúne comunidades online que promovem conteúdos misóginos e incentivam comportamentos de controle contra mulheres. O jornalista britânico James Bloodworth, autor do livro Lost Boys: A Personal Journey Through the Manosphere, investigou por anos esse universo. Ele constatou que influenciadores exploram vulnerabilidades masculinas para vender cursos, mentorias e eventos, gerando lucros elevados enquanto disseminam ideologias radicais. Esses lucros são frequentemente comparados aos golpes da machosfera.

Como a radicalização começa

Pessoa segurando smartphone com notificações de curtidas e rede digital ao fundo, ilustrando manipulação pelas redes sociais.
Imagem conceitual mostra notificações de curtidas em celular, simbolizando o poder das redes sociais na manipulação e disseminação de conteúdo.

Pesquisas mostram que basta assistir a um vídeo com conteúdo misógino para que, rapidamente, algoritmos recomendem materiais ainda mais extremos. Essa espiral de radicalização impulsiona figuras como Andrew Tate, acusado de estupro e tráfico de pessoas. Tate construiu uma imagem de sucesso e ostentação, capaz de seduzir adolescentes e jovens adultos, exemplificando golpes frequentes na machosfera.

A regra 80/20 e o apelo do luxo

Silhueta masculina de terno diante de dois carros de luxo e mansão, simbolizando ostentação usada para atrair seguidores na machosfera.
Silhueta de homem de terno em frente a carros de luxo e mansão, representando o uso de cenários de ostentação como estratégia de manipulação na machosfera.

Entre as principais táticas, destaca-se a regra 80/20, segundo a qual 80% das mulheres se interessariam apenas por 20% dos homens. Esse argumento alimenta o medo de “ficar para trás” e serve como gatilho de venda para cursos e mentorias. Além disso, criadores de conteúdo encenam luxo alugando carros esportivos, mansões e ambientes exclusivos apenas para gravações, reforçando uma falsa ideia de status que integra os golpes da machosfera.

Do submundo digital ao mainstream

A machosfera radical ainda se mantém em nichos, porém, suas ideias já circulam amplamente. No Reino Unido, 53% dos homens de 16 a 24 anos acreditam na regra 80/20, enquanto 51% afirmam que a promoção da igualdade de gênero foi longe demais. Esses números revelam como conceitos originados em fóruns fechados agora influenciam a mentalidade de uma geração inteira. Isso destaca a influência dos golpes da machosfera.

Consequências e riscos sociais

A radicalização afeta relacionamentos, incentiva práticas abusivas e contribui para o aumento da violência doméstica. Jovens de famílias estáveis também se tornam vulneráveis, pois o conteúdo chega diretamente aos celulares, escapando de qualquer supervisão. Essa exposição contínua compromete a construção de uma masculinidade saudável e amplia a aceitação de comportamentos nocivos que se associam aos golpes da machosfera.

Como combater a influência da machosfera

Especialistas defendem educação midiática desde cedo, incentivo ao diálogo aberto sobre gênero e atenção aos sinais de discurso de ódio. Ao expor os golpes da machosfera e desmontar suas estratégias de manipulação, é possível reduzir o alcance desses grupos e proteger jovens de influências prejudiciais.

Fonte: BBC Brasil