Javier Milei e comitiva argentina ao lado de autoridades dos EUA negociam isenção de visto para entrada de argentinos no país norte-americano.
Javier Milei ao lado da secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, durante reunião que marca o início do processo de entrada da Argentina no Visa Waiver Program.

O governo Milei iniciou negociações para isentar argentinos de visto para os EUA. Este acordo entre Milei e Trump conta com apoio de Trump. Nesse contexto, o acordo entre Milei e Trump visa fortalecer relações. Brasil enfrenta tarifa de 50%.

Argentina negocia isenção de visto com EUA sob apoio de Trump

O governo do presidente Javier Milei anunciou nesta segunda-feira (28) que a Argentina iniciou oficialmente o processo de adesão ao Visa Waiver Program dos Estados Unidos, que permite viagens a turismo ou negócios sem a necessidade de visto. Este avanço se deve, em parte, ao recente entendimento entre Milei e Trump.

A medida foi comunicada após reunião de Milei com a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, na Casa Rosada. O alinhamento político e ideológico com o governo Donald Trump, que voltou ao poder, tem facilitado as tratativas e demonstrado a importância do acordo firmado entre Milei e Trump.

O que é o Visa Waiver Program

Passaporte aberto com carimbos de entrada em diversos países sobre um mapa, simbolizando viagens internacionais e acordos de isenção de visto.
Imagem ilustrativa mostra passaporte com carimbos internacionais, destacando o impacto de acordos como o Visa Waiver Program.

O programa, atualmente disponível para 42 países, permite a entrada nos EUA por até 90 dias sem visto, mediante preenchimento do formulário ESTA (Electronic System for Travel Authorization) e pagamento de uma taxa de US$ 21 (cerca de R$ 114). O valor é muito inferior ao de um visto convencional, que ultrapassa R$ 1.000.

Na América Latina, apenas o Chile faz parte do programa. Segundo nota oficial da presidência argentina, “ao concluir com êxito, milhões de argentinos poderão viajar aos EUA sem visto, entrando para um seleto grupo de países com esse privilégio” devido ao recente acordo entre Milei e Trump.

Impasses diplomáticos com o Brasil

Enquanto a Argentina avança no relacionamento com os EUA, o Brasil enfrenta tensões comerciais. O governo Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, válida a partir de 1º de agosto.

As negociações entre os dois países estão estagnadas. Especialistas ouvidos pelo G1 apontam que as decisões comerciais de Trump seguem uma lógica geopolítica, ignorando recomendações técnicas da diplomacia ou do Escritório de Comércio dos EUA, apesar do acordo político que envolve Milei e Trump.

Brasil tentou isenção, mas ficou para trás

As conversas para incluir o Brasil no Visa Waiver Program começaram em 2011, durante os governos Dilma Rousseff e Barack Obama, mas não avançaram. Agora, com a volta de Trump, as relações com o Brasil são vistas como frias e conflituosas.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) afirmou que o Brasil segue buscando diálogo “sem contaminação política ou ideológica”, mas reconheceu a dificuldade em negociar com a gestão Trump.

Estratégia dos EUA inclui disputa com China

Além da aproximação com Milei, os EUA demonstraram interesse estratégico na região, sobretudo nos minerais críticos do Brasil. Para o especialista Alberto Pfeifer, da USP, as tarifas e parcerias refletem a disputa por influência na América do Sul, especialmente com a China. O acordo entre Milei e Trump também impacta geopoliticamente a região.

Fonte: G1