Moraes em destaque com frase "Justiça é cega, mas não é tola", sobre decisão que negou prisão de Bolsonaro.
Ministro Alexandre de Moraes afirmou que nova infração de Bolsonaro resultará em prisão: “Justiça é cega, mas não é tola”.

Alexandre de Moraes nega prisão de Bolsonaro, mas faz alerta: nova violação das medidas cautelares resultará em prisão preventiva imediata.

Moraes descarta prisão e reforça alerta ao ex-presidente

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter Jair Bolsonaro em liberdade após o ex-presidente aparecer em um vídeo mostrando sua tornozeleira eletrônica. O vídeo circulou nas redes sociais por meio de uma postagem de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também investigado pela Corte. A decisão de prisão negada por Moraes não impede uma futura prisão caso haja novas infrações.

Jair Bolsonaro exibe tornozeleira eletrônica durante visita à Câmara dos Deputados, cercado por apoiadores e parlamentares.
Jair Bolsonaro exibiu publicamente sua tornozeleira eletrônica na Câmara, atitude considerada tentativa de driblar regras do STF.

Moraes avaliou que a atitude tentou contornar a proibição de uso das redes sociais. Apesar disso, ele classificou o episódio como isolado e preferiu não aplicar a prisão preventiva. “A Justiça é cega, mas não é tola”, afirmou na decisão.

Defesa nega infração e sustenta respeito às regras

A defesa de Bolsonaro argumentou que ele não agiu com intenção de burlar as medidas. Os advogados afirmaram que o ex-presidente vem cumprindo as condições impostas pelo STF e que a publicação do vídeo partiu de terceiros, sem orientação dele. Moraes negou a prisão considerando os argumentos da defesa.

Moraes acatou o argumento da defesa de que o fato não se repete e decidiu manter as medidas cautelares. No entanto, deixou claro que qualquer nova violação implicará em prisão imediata, pois a situação ainda está sob vigilância.

Ministro critica uso político de entrevistas

Moraes esclareceu que Bolsonaro pode dar entrevistas, mas condenou o uso dessas falas como estratégia de divulgação por redes coordenadas. Ele mencionou a existência de uma prática articulada que transforma declarações públicas em “material pré-fabricado” para alimentar redes sociais de apoiadores, o que poderia levar a uma prisão negada por Moraes ser reconsiderada no futuro.

Segundo Moraes, essas ações buscam pressionar autoridades estrangeiras e interferir no processo judicial brasileiro, o que representa ameaça direta à soberania nacional.

STF mantém investigação sobre tentativa de golpe

Fachada iluminada do Supremo Tribunal Federal à noite, com escultura da Justiça em destaque.
STF mantém medidas cautelares contra Bolsonaro e alerta para nova prisão em caso de reincidência.

O ex-presidente é réu por suspeita de participar de uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. A Operação Tempus Veritatis investiga articulações entre Bolsonaro, aliados e grupos digitais organizados para desacreditar o sistema eleitoral. Na decisão de prisão negada por Moraes, as investigações ainda prosseguem.

As medidas cautelares incluem o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de qualquer atividade em redes sociais. Apesar da recente polêmica, o STF ainda não identificou reincidência clara que justificasse uma prisão, mas estabeleceu uma linha vermelha, após a prisão ser negada por Moraes.

Fonte: CNN Brasil