Agente da Polícia Federal durante operação que investiga escândalo de R$ 10 bilhões no DNIT com contratos da LCM.
PF investiga contratos bilionários com a LCM, apreende Porsches e afasta chefes do DNIT no Amapá.

A PF investiga o escândalo no DNIT envolvendo a empreiteira LCM, que recebeu mais de R$ 10 bilhões do governo federal. Fraudes e lavagem de dinheiro estão entre as acusações.

LCM acumula bilhões em contratos com o governo

Desde 2014, a LCM Construção e Comércio assinou contratos que ultrapassam R$ 23 bilhões, com o governo federal. Esse extenso histórico de negócios traz à tona alguns desdobramentos que envolvem o escândalo no DNIT. Somente em pagamentos já realizados, a empresa recebeu R$ 10,8 bilhões, conforme informações do Portal da Transparência.

Em 2023, a empreiteira concentrou o maior volume: aproximadamente R$ 10 bilhões. Esse montante foi pago no primeiro ano do atual governo Lula. Por outro lado, entre 2019 e 2022, durante a gestão Bolsonaro, os valores somaram R$ 6,9 bilhões.

Além disso, os contratos estão distribuídos por quase todos os estados. Apenas São Paulo e Goiás ficaram fora do alcance da LCM no contexto do escândalo.

Operação Route 156 revela fraudes em editais no Amapá

A Operação Route 156, conduzida pela Polícia Federal, aponta manipulações em licitações realizadas pelo DNIT no Amapá. De acordo com os investigadores, quatro pregões eletrônicos favoreceram empresas específicas, o que prejudicou a concorrência. Como consequência, a Justiça determinou o afastamento de Marcello Linhares, então superintendente do DNIT no estado, envolvido diretamente no escândalo.

Agentes da Polícia Federal realizam operação sobre fraudes no DNIT
Ação da PF durante a Operação Route 156 no Amapá

No mesmo contexto, a PF passou a investigar o empresário Breno Chaves Pinto, suplente do senador Davi Alcolumbre. A apuração indica que ele pode ter usado sua influência política para facilitar a liberação de verbas que beneficiaram a LCM.

Carros de luxo, emendas e saques suspeitos ampliam o escândalo

Durante uma ação de busca e apreensão em Nova Lima (MG), agentes da PF encontraram três carros da marca Porsche na casa de Luiz Otávio Fontes Junqueira, presidente da LCM. Segundo a investigação, Junqueira teria movimentado R$ 680 mil por meio de saques fracionados e intermediários — uma prática que caracteriza lavagem de dinheiro.

Carros de luxo apreendidos na casa do presidente da LCM
Três Porsches foram apreendidos durante ação em Nova Lima (MG)

Além dos contratos diretos com a União, a LCM recebeu R$ 418 milhões em emendas parlamentares. Desse total, R$ 71 milhões vieram do orçamento secreto, instrumento relacionado ao escândalo que ainda gera críticas por falta de transparência e controle social.

Portanto, o escândalo no DNIT envolve recursos públicos de múltiplas origens e aponta para um possível conluio entre empresários e agentes políticos.

Empresa e envolvidos negam qualquer ilegalidade

A LCM declarou que os contratos seguiram todos os trâmites legais. A empresa reforçou que está à disposição da Justiça e confia na elucidação dos fatos. No âmbito do escândalo mencionado, a investigação continua.

Por sua vez, o DNIT divulgou nota oficial em que se compromete com a apuração interna. Além disso, destacou a existência de uma política antifraude e anticorrupção ativa na autarquia.

A assessoria de Davi Alcolumbre afirmou que o senador não possui relação com as empresas investigadas, nem com a atuação empresarial de seu suplente.

Fonte: Metrópoles