Carência de nutrientes atinge milhões no Brasil, aponta USP - TVDOPOVO.COM
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sábado , 12 julho, 2025
“Alimentos relacionados à carência de nutrientes no Brasil, segundo estudo da USP”
Com base em estudo da USP, imagem destaca os alimentos com nutrientes que faltam na dieta dos brasileiros, como leite, banana, brócolis e aveia.

Estudo da USP revela grave carência de nutrientes no Brasil, com consumo insuficiente de cálcio, potássio, zinco e fibras. Especialistas pedem ações urgentes para evitar avanço de doenças crônicas.

Estudo da USP revela déficit nutricional grave entre brasileiros

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revelou que a carência de nutrientes no Brasil já é uma realidade que preocupa especialistas. Com base em dados do IBGE e do Ministério da Saúde, o estudo aponta que a maioria da população consome menos cálcio, potássio, zinco e fibras do que o recomendado por órgãos internacionais. Por isso, os riscos de doenças crônicas e problemas de saúde aumentam consideravelmente.

Consumo abaixo do ideal compromete a saúde

De acordo com os pesquisadores, o consumo de cálcio está cerca de 35% abaixo do ideal. Já o déficit de potássio chega a ultrapassar 40%. Esses minerais são fundamentais para a saúde óssea, controle da pressão arterial e funções musculares. Além disso, o zinco — essencial para o sistema imunológico — está em falta em mais da metade dos brasileiros avaliados.

Consequentemente, a população fica mais exposta a doenças como hipertensão, osteoporose e infecções frequentes. Para a equipe da USP, o cenário exige atenção imediata das autoridades sanitárias.

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Dieta pobre em fibras também preocupa

Outro aspecto crítico revelado pelo levantamento é o baixo consumo de fibras. Segundo o estudo, os brasileiros ingerem menos da metade do volume recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso se deve, sobretudo, à preferência por alimentos ultraprocessados e à baixa inclusão de frutas, legumes e grãos integrais nas refeições.

Como resultado, cresce o risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças intestinais, especialmente entre jovens e adultos em idade produtiva.

Especialistas pedem ações urgentes do poder público

A professora Ana Maria Coutinho, da Faculdade de Saúde Pública da USP, afirma que a solução depende de uma atuação conjunta. Para ela, o país precisa implementar campanhas de educação alimentar, melhorar a rotulagem nutricional e incentivar o consumo de alimentos saudáveis por meio de subsídios e políticas públicas.

“É preciso tornar o acesso ao alimento saudável uma prioridade nacional, sob risco de agravarmos ainda mais os índices de doenças crônicas”, alertou Coutinho.

Populações vulneráveis sofrem ainda mais

Embora o problema seja generalizado, os impactos são mais severos entre as populações de baixa renda. Essas pessoas, geralmente, dependem de alimentos industrializados mais baratos e pobres em nutrientes. Crianças e idosos estão entre os mais prejudicados, pois enfrentam maior dificuldade para absorver ou repor esses nutrientes.

Nesse contexto, programas sociais e cestas básicas também devem passar por reformulações, com foco na qualidade nutricional dos alimentos distribuídos.

Fonte: Diário do Comércio