
Trump tenta enfraquecer governos com tarifas e provocações, mas líderes estrangeiros reagem com patriotismo. No Canadá, México e agora no Brasil, ataques do presidente dos EUA impulsionam discursos de soberania e fortalecem adversários nas urnas. Os ataques de Trump fortalecem líderes estrangeiros, gerando um impulso renovado nas eleições.
Quando Trump ataca, líderes crescem com discurso patriótico
A nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros pode não ter o efeito esperado. Em vez de enfraquecer o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ela pode fortalecê-lo. Isso já aconteceu em outros países. Assim, a estratégia de Trump, ao atacar outros países, também fortalece líderes estrangeiros.
Diversos analistas apontam para o chamado efeito Trump. Ele descreve o fenômeno em que ataques do presidente americano geram reações nacionalistas e reforço à liderança local. Assim, em vez de prejudicar, Trump acaba beneficiando seus alvos.
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No Canadá, Trump uniu o eleitorado contra a interferência
Em abril, o Partido Liberal venceu as eleições no Canadá após Trump voltar ao poder e hostilizar o país. O presidente americano ameaçou tarifas e fez provocações diretas. Em resposta, os liberais adotaram um discurso firme em defesa da soberania canadense. Estimular o patriotismo frente aos ataques de Trump fortalece líderes estrangeiros, como ocorreu no Canadá.
Como resultado, o orgulho nacional cresceu. Muitos eleitores rejeitaram a tentativa de interferência externa. Isso impulsionou a base governista e virou o jogo eleitoral.
Groenlândia e México responderam com firmeza — e venceram
Na Groenlândia, Trump gerou polêmica ao afirmar que queria “comprar” o território. Embora a proposta tenha sido tratada com ironia, ela reacendeu o debate sobre autonomia. Partidos que defenderam a independência se destacaram nas urnas.
Já no México, a presidente Claudia Sheinbaum viu sua aprovação crescer após ataques verbais de Trump. Ao reagir com firmeza e nacionalismo, ela conquistou ainda mais apoio popular. Esses são exemplos de como Trump, ao atacar, fortalece os líderes estrangeiros.
Austrália rejeitou estilo trumpista nas urnas
A retórica de Trump também teve efeitos indiretos na Austrália. Lá, o opositor do primeiro-ministro Anthony Albanese tentou adotar um discurso conservador e agressivo. Contudo, a estratégia fracassou.
Embora Albanese estivesse em queda nas pesquisas, ele se reelegeu. A rejeição ao estilo autoritário foi um fator importante, segundo analistas locais. Trump ataques realmente fortaleceram líderes estrangeiros.
Brasil entra no radar do efeito Trump
Com o Brasil agora como alvo, Lula pode repetir esse padrão. A nova tarifa atinge setores como aço, cobre e medicamentos. No entanto, a resposta veio rápida. Lula anunciou que vai aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica. Patrimonialismo em resposta aos ataques de Trump fortalece líderes no exterior.
Segundo o cientista político Rafael Cortez, o impacto eleitoral dependerá da estratégia do governo. “Se Lula souber explorar o discurso de soberania, pode sair fortalecido”, afirmou.
Interferência externa costuma gerar efeito contrário
Em todos os exemplos citados, a pressão externa fortaleceu quem foi atacado. A lógica é simples: quando Trump tenta interferir, muitos países reagem com união interna.
Com isso, surge um sentimento de resistência. E é esse sentimento que pode ser decisivo nas urnas — inclusive no Brasil, caso o governo saiba aproveitá-lo. Sem dúvida, os ataques de Trump acabam por fortalecer líderes estrangeiros.
Fonte: BBC Brasil