
Trump impõe tarifa ao Brasil e escancara o uso autoritário do comércio. A retaliação revela como os EUA estão abandonando princípios democráticos e adotando práticas de coerção internacional contra países soberanos, que, para muitos, simboliza o colapso da democracia americana.
EUA usam tarifas como instrumento de coerção

A decisão de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros ultrapassa os limites de uma política comercial. Na prática, trata-se de um gesto de intimidação que reforça um movimento mais amplo: os Estados Unidos estão abandonando a democracia como base de sua atuação internacional.
Nesse contexto, a ameaça surge como resposta à condução jurídica brasileira no caso do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em vez de utilizar a diplomacia, Trump aposta na retaliação econômica — prática recorrente sempre que enfrenta contrariedade política.
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Brasil tem autonomia e pouca dependência dos EUA

O Brasil possui mais de 200 milhões de habitantes e uma economia com múltiplos parceiros comerciais. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações para os Estados Unidos representam menos de 2% do PIB nacional.
Ainda assim, Trump insiste na ideia de que pode intimidar o Brasil por meio de tarifas. Esse comportamento revela uma visão distorcida e megalomaníaca, típica de quem não reconhece o cenário multipolar atual. Por outro lado, o Brasil demonstra independência e firmeza ao manter sua soberania diante das pressões externas.
Comércio vira arma de vingança política
Ao aplicar tarifas de forma unilateral, Trump transforma instrumentos econômicos em ferramentas de vingança pessoal. Não há qualquer disputa formal na Organização Mundial do Comércio (OMC), tampouco desequilíbrio comercial grave entre os dois países.
Portanto, a medida não tem fundamento técnico. Seu único objetivo é punir politicamente um país que age de forma independente. Isso expõe uma mudança perigosa no uso do comércio exterior, que deixa de ser um canal de cooperação para se tornar um meio de coerção autoritária.
Sinais claros de megalomania e autoritarismo

O comportamento de Trump reforça traços preocupantes: megalomania, instabilidade e autoritarismo. Ele age como se pudesse reescrever as decisões de uma democracia estrangeira apenas com base em sua vontade e poder econômico.
Além disso, esse padrão acompanha outros episódios graves — como ataques à imprensa, tentativas de desacreditar o sistema eleitoral e ameaças constantes às instituições americanas. Nesse sentido, Trump revela o perfil de um líder que não reconhece limites institucionais e que busca impor sua agenda a qualquer custo.
O colapso da democracia dos EUA se torna evidente
A escalada autoritária de Trump deixa evidente que os Estados Unidos estão abandonando os princípios democráticos que os sustentaram por décadas. O uso de tarifas para punir países autônomos representa uma forma de chantagem econômica, incompatível com qualquer democracia madura.
Se esse modelo se consolidar, os EUA perderão sua legitimidade como liderança global. Em vez disso, passarão a ser vistos como um agente de desestabilização internacional, disposto a sufocar outras nações quando não atendem às suas expectativas. É, portanto, o retrato do colapso prático da democracia americana.
Fonte: G1