OMS aponta desigualdades que ampliam risco de morte infantil
OMS aponta desigualdades que ampliam risco de morte infantil

Risco de morte infantil é 13 vezes maior em países pobres, alerta OMS

Crianças nascidas em países de baixa renda enfrentam um risco 13 vezes maior de morrer antes dos cinco anos em comparação às que nascem em nações ricas. A informação consta no Relatório Mundial sobre os Determinantes Sociais da Equidade em Saúde, divulgado nesta terça-feira (6) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Determinantes sociais impactam a saúde global

Segundo a OMS, as causas das doenças infantis e maternas vão além do setor de saúde. Fatores como moradia precária, falta de educação e escassez de oportunidades de emprego contribuem diretamente para a alta mortalidade.

O relatório também aponta que esses determinantes sociais reduzem drasticamente a expectativa de vida saudável, tanto em países ricos quanto nos pobres. Pessoas que vivem na nação com menor expectativa de vida podem viver, em média, 33 anos a menos do que aquelas em países mais desenvolvidos.

“Onde nascemos, crescemos, vivemos e trabalhamos influencia profundamente nossa saúde e bem-estar”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele destacou que é possível mudar esse cenário com políticas públicas baseadas em evidências.

Mortalidade materna concentra-se em países pobres

Apesar da redução global de 40% na mortalidade materna entre 2000 e 2023, 94% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda. Mulheres em grupos vulneráveis enfrentam risco elevado de complicações durante a gravidez.

O relatório ainda destaca desigualdades em países de alta renda, onde mulheres indígenas têm até três vezes mais chances de morrer no parto. Além disso, desigualdades de gênero, como o casamento infantil, agravam as taxas de mortalidade materna.

No Brasil, a pandemia de Covid-19 aumentou a mortalidade materna para todas as mulheres, com uma taxa 1,44 vez maior entre mulheres negras em relação às não negras.

OMS propõe ações para reduzir desigualdades

Diante do cenário alarmante, a OMS pede ações conjuntas de governos, setores de saúde e sociedade civil. As estratégias incluem:

  • Investimentos em infraestrutura social e serviços públicos universais.

  • Governança que priorize os determinantes sociais da equidade em saúde.

  • Alocação de recursos e fortalecimento do engajamento comunitário.

O relatório de 2025 mostra que as metas estabelecidas em 2008 para reduzir desigualdades até 2040 dificilmente serão alcançadas sem mudanças significativas.