INSS: Polícia Federal revela que medidas contra fraude foram ignoradas - TVDOPOVO.COM
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sexta-feira , 18 julho, 2025

A Polícia Federal (PF) desvendou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O relatório da PF afirma que a gestão do então presidente Alessandro Stefanutto ignorou medidas essenciais de segurança e liberou descontos suspeitos nas aposentadorias.

Em junho de 2024, Stefanutto autorizou uma “solução provisória” que permitiu incluir novos descontos em benefícios, apesar de alertas prévios sobre o risco de fraudes. Naquele momento, a biometria — prevista desde março de 2024 para garantir mais segurança — ainda não estava em uso. Como resultado, quase 800 mil novos descontos foram registrados em apenas um mês, envolvendo mais de 30 entidades.

Segundo os investigadores, a decisão atendeu pressões de sindicatos e associações, em vez de proteger os interesses dos beneficiários. Essa liberação abriu caminho para um esquema que desviou mais de R$ 6 bilhões em descontos não autorizados.

Os grupos envolvidos usaram lobistas para acessar dados dos beneficiários. Para isso, pagaram propinas a servidores do INSS. O principal operador financeiro, identificado como Antônio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “careca do INSS”, controlava uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. Entre junho e julho de 2024, ele comprou imóveis em Brasília e São Paulo no valor de R$ 11 milhões.

A investigação também revelou que Philipe Roters Coutinho, agente da própria PF, facilitou ações do grupo. Ele usou uma viatura oficial para conduzir empresários por áreas restritas no Aeroporto de Congonhas (SP). Na casa de Coutinho, a PF apreendeu US$ 200 mil em espécie. Tanto ele quanto o então Procurador-Geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro — suspeito de receber dinheiro de lobistas — foram afastados de suas funções.