Estudo Demografia Médica 2025 revela concentração em grandes cidades
Estudo Demografia Médica 2025 revela concentração em grandes cidades

📊 Projeções da Demografia Médica 2025 indicam avanço, mas desigualdades persistem

O Brasil deve atingir o número de 635.706 médicos em atividade até o final de 2025, com uma média nacional de 2,98 profissionais por mil habitantes — abaixo do parâmetro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 3,7.

O estudo Demografia Médica 2025, lançado nesta quarta-feira (30), revela que as mulheres, pela primeira vez, representarão a maioria da categoria, com 50,9%. A estimativa para 2035 é de 1.152.230 médicos no país, chegando a uma razão de 5,2 por mil habitantes — com mulheres ocupando 55,7% das posições.

👩‍⚕️ Mulheres lideram a profissão médica, com projeção de 55,7% em 2035

Realizada há 15 anos, a pesquisa é conduzida pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP, com apoio da AMB e, nesta edição, do Ministério da Saúde. Os dados se baseiam em registros do Ministério da Educação, da Comissão Nacional de Residência Médica e das sociedades de especialidades médicas.

📉 Estudo mostra concentração de médicos em grandes cidades e regiões ricas

Segundo o levantamento, 48 cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 58% dos médicos do país, embora reúnam apenas 31% da população. Em contraste, 4.895 municípios com menos de 50 mil habitantes — que também reúnem 31% da população — possuem apenas 8% dos médicos.

Em 2035, o Distrito Federal deverá liderar em densidade médica (11,83 por mil habitantes), seguido por Rio de Janeiro (8,11) e São Paulo (7,17). Já Maranhão (2,43), Pará (2,56) e Amapá (2,76) continuarão abaixo da média nacional.

🎓 Crescimento de cursos de medicina não é acompanhado por vagas em residência

Entre 2004 e 2024, o número de cursos de medicina quase triplicou: de 92 para 225. As vagas subiram de 7.692 para 27.921. No entanto, a expansão da residência médica não acompanha esse ritmo. Em 2024, apenas 8% dos médicos estavam cursando residência.

Além disso, 51,5% ingressam na residência até um ano após a graduação; outros 22,1% aguardam até dois anos, e uma parcela significativa demora ainda mais.

🧑‍⚕️ Especialistas são maioria entre médicos; distribuição segue desigual

Em 2024, o país registrava 597 mil médicos: 59,1% (353.287) eram especialistas e 40,9% (244.142) generalistas. Homens predominam em 35 das 55 especialidades, especialmente urologia (96,5%) e ortopedia (92%). Mulheres são maioria em dermatologia (80,6%) e pediatria (76,8%).

As sete áreas mais comuns entre especialistas são: clínica médica (12,4%), pediatria (10%), cirurgia geral (7,8%), ginecologia e obstetrícia (7,4%), anestesiologia (4,7%), cardiologia (4,3%) e ortopedia (4%).

📌 Ranking por especialistas: DF e SP têm maior concentração

O Distrito Federal lidera com 453 especialistas por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo (244). Na outra ponta, Maranhão (68) e Pará (70) têm os menores índices de especialistas no Brasil.