Uma Mulher é Vítima de Feminicídio a Cada 17 Horas no Brasil, Aponta Relatório - TVDOPOVO.COM
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terça-feira , 8 julho, 2025
Feminicídio no Brasil: Um Problema Estrutural e Crescente
Feminicídio no Brasil: Um Problema Estrutural e Crescente

A violência contra a mulher segue alarmante no Brasil. Segundo o boletim Elas Vivem: Um Caminho de Luta, divulgado nesta quinta-feira (13) pela Rede de Observatórios da Segurança, uma mulher é vítima de feminicídio a cada 17 horas no país. O estudo aponta que, em 2024, foram registrados 531 casos de feminicídio nos nove estados analisados, evidenciando um aumento significativo na violência de gênero.

Aumento da Violência Contra Mulheres

A pesquisa monitorou os estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. O Amazonas foi incluído apenas em 2024, enquanto os demais estados já faziam parte do estudo anteriormente.

Os dados revelam que, a cada 24 horas, ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência nos estados analisados. No total, 4.181 mulheres sofreram violência em 2024, representando um aumento de 12,4% em relação a 2023. O estado de São Paulo lidera o ranking de ocorrências, com 1.177 registros, seguido pelo Rio de Janeiro (633) e Amazonas (604). Maranhão e Pará apresentaram os maiores aumentos percentuais, com crescimento de 87,2% e 73,2%, respectivamente.

Os Estados com Maiores Índices de Violência

São Paulo

Rio de Janeiro

Amazonas

Maranhão

Pará

Ceará

Pernambuco

Piauí

Bahia

Violência Doméstica e Falhas na Proteção das Mulheres

Os dados revelam que a violência contra a mulher está enraizada na sociedade e, frequentemente, ocorre dentro de casa. Em 75,3% dos casos, os crimes foram cometidos por familiares da vítima. Se considerados apenas cônjuges, ex-cônjuges, namorados e ex-namorados, esse percentual chega a 70%.

O estudo também aponta um crescimento expressivo nos crimes de violência sexual e estupro, com um aumento de 70,5% em um ano. Apesar dos avanços na legislação, as medidas de proteção ainda são insuficientes. Muitas vítimas continuam sofrendo agressões mesmo após solicitarem medidas protetivas.

A subnotificação e a dificuldade de acesso a serviços especializados são desafios que impedem a identificação do real impacto da violência de gênero no país. Pesquisadores alertam que os números não apenas confirmam a escalada da violência, mas também evidenciam a ineficácia das políticas públicas para garantir a segurança das mulheres.