Inauguração do Centro de Saúde e Clima da Fiocruz em Porto Velho com autoridades e destaque para avanço científico em Rondônia
Autoridades participam da inauguração do Centro de Saúde e Clima da Fiocruz, marco para a ciência e a saúde pública em Rondônia

Após mais de 16 anos desde a concepção da ideia, Rondônia vive um marco histórico com a inauguração das novas instalações da Fiocruz Rondônia e o lançamento oficial do Centro de Saúde e Clima. Com isso, o estado dá um salto estratégico na pesquisa científica, na saúde pública e no enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas na Amazônia.

Durante a cerimônia, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) destacou que a conquista resulta de persistência política, articulação institucional e visão de longo prazo.

“Essa luta vem de longe. A vida não anda em linha reta”, resumiu.

Ainda nos anos 1980, quando atuava como secretário estadual de Saúde, Confúcio buscou apoio de instituições como a Universidade de São Paulo (USP). Posteriormente, já como governador, ajudou a consolidar a presença da Fiocruz em Rondônia e fortaleceu o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.

Confúcio Moura e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participam de visita institucional durante a inauguração do Centro de Saúde e Clima da Fiocruz Rondônia

Segundo ele, o novo centro vai além da produção científica. Além disso, a iniciativa posiciona Rondônia como referência nacional na formação de especialistas e na adaptação da saúde pública aos desafios climáticos.

Investimentos em ciência e proteção aos mais vulneráveis

Durante o evento, autoridades anunciaram que R$ 9,8 bilhões serão destinados a ações voltadas à adaptação do SUS às mudanças climáticas em todo o país. Nesse contexto, os impactos de secas prolongadas, enchentes e eventos extremos atingem principalmente as populações mais vulneráveis, com efeitos diretos sobre a saúde.

Por isso, o Ministério da Saúde já reorganiza a formação de profissionais para enfrentar doenças emergentes e reemergentes, cada vez mais associadas às transformações ambientais.

Além disso, Confúcio relembrou a chegada do cientista Luiz Hildebrando Pereira a Rondônia, após anos de exílio na França. Segundo ele, esse momento marcou o início de uma nova fase para a pesquisa em doenças endêmicas, como a malária.

“Foi ali que formamos nossos primeiros cientistas. A educação e a pesquisa transformam qualquer realidade”, afirmou.

Padilha reforça ligação com a Amazônia

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou sua ligação pessoal com a Amazônia e reforçou o papel estratégico da região no debate global sobre saúde e clima.

“Alguma coisa aconteceu que me conectou definitivamente com a Amazônia brasileira”, contou, ao relembrar viagens por rios e comunidades isoladas.

Além disso, Padilha alertou que mais de 60% da população mundial já enfrenta impactos diretos de eventos climáticos extremos, com reflexos imediatos na saúde pública. Ele também recordou o período em que o Brasil registrava cerca de 1 milhão de casos de malária, nos anos 1990.

“Foi essa Amazônia que conquistou a Fiocruz. Hoje, temos um presidente que mais investe em ciência e saúde na região”, afirmou.

Arquitetura simbólica e esforço coletivo

Público e autoridades acompanham a cerimônia de inauguração do Centro de Saúde e Clima da Fiocruz Rondônia, em Porto Velho

Localizada no km 3,5 da BR-364, no bairro Cidade Jardim, em Porto Velho, a nova sede da Fiocruz Rondônia carrega forte simbolismo histórico. O projeto arquitetônico foi doado por Oscar Niemeyer, ainda na década de 1970.

No entanto, a obra enfrentou duas paralisações ao longo dos anos. Mesmo assim, o projeto foi retomado e concluído, consolidando um sonho construído por pesquisadores, gestores e profissionais da saúde ao longo de décadas.

Durante a solenidade, o presidente da Fiocruz, Mário Moreira, destacou a articulação institucional e o alcance do novo centro.

“Esse espaço fortalece uma articulação poderosa, em escala nacional e global”, afirmou.

Representando a Universidade Federal de Rondônia (UNIR), a professora Marília Pimentel reforçou a parceria entre as instituições.

“Somos instituições irmãs, comprometidas com o ensino, a pesquisa e a extensão”, disse.

Um marco para Rondônia e para o Brasil

Com a inauguração do Centro de Saúde e Clima, Rondônia consolida uma visão de futuro baseada na integração entre ciência, saúde pública e Amazônia. Dessa forma, o estado passa a ocupar posição estratégica no debate nacional e internacional sobre os impactos do clima na saúde.

Ao reunir infraestrutura moderna, pesquisadores qualificados e foco em desafios globais, o centro fortalece o protagonismo brasileiro e, ao mesmo tempo, responde às necessidades reais da população amazônica.

Fonte: Assessoria