Arte mostra linha de smartphones com seta vermelha apontada para cima, simbolizando que celulares ficarão mais caros em 2026.
Capa sobre o aumento previsto no preço dos celulares em 2026 por causa da escassez de memória e da demanda por IA.

O preço dos smartphones deve subir de forma consistente em 2026, e o motivo envolve uma combinação inédita de fatores industriais. A escassez de componentes essenciais, especialmente memórias DRAM e NAND, ocorre ao mesmo tempo em que grandes fabricantes redirecionam sua produção para atender à crescente demanda por servidores de inteligência artificial. Como consequência, o setor de eletrônicos de consumo sofre um impacto direto e imediato.

A corrida da IA reduz a oferta de memória para celulares

Nos últimos meses, empresas como Samsung, SK Hynix e Micron passaram a priorizar o fornecimento de chips para o mercado corporativo. Esse nicho oferece maior rentabilidade e, portanto, atrai a maior parte da produção. Dessa forma, a oferta destinada aos smartphones diminui e pressiona os preços.

Além disso, relatórios do mercado internacional mostram aumentos expressivos. Os valores da memória DRAM, por exemplo, já registram altas entre 70% e 80%, podendo ultrapassar 170% em situações específicas. Assim, itens como módulos de 64 GB DDR5 tornaram-se mais caros do que consoles de videogame de última geração.

A Xiaomi também confirmou esse cenário. Segundo o presidente da empresa, Lu Weibing, os celulares da marca “ficarão consideravelmente mais caros” em 2026, justamente por causa da elevação dos custos dos componentes.

Previsões indicam novos aumentos até o início de 2026

As estimativas mostram um panorama ainda mais desafiador. Até o final de 2025, o preço das memórias pode subir cerca de 30%. Em seguida, no início de 2026, especialistas projetam um novo aumento de aproximadamente 20%. Por isso, o preço médio global dos smartphones deve passar de US$ 457 para US$ 465 — de R$ 2.509 para R$ 2.553, em conversão direta.

Com esse movimento, analistas acreditam que o mercado global de celulares pode encolher 0,9%. Entretanto, algumas projeções mais pessimistas apontam para uma retração de até 2% na produção total.

O impacto também atinge o setor de computadores

O encarecimento das memórias afeta todo o ecossistema tecnológico. Como resultado, notebooks da HP já apresentam altas de até 15%. Além disso, a Framework Computer decidiu remover módulos de memória de sua loja oficial para evitar a ação de cambistas, o que evidencia a gravidade da escassez.

Processadores premium também sobem e ampliam o efeito em cadeia

O mesmo cenário ocorre com os chips avançados. O novo Snapdragon 8 Elite Gen 5, voltado aos celulares mais potentes do mercado, deve ficar cerca de 20% mais caro. Dessa forma, algumas fabricantes pagarão até US$ 190 (aproximadamente R$ 1.043) apenas pelo componente. Esse reajuste, somado à pressão nos preços das memórias, torna inevitável a elevação do valor final dos smartphones.

Consumidores devem sentir o peso no orçamento em 2026

Embora o mercado tente absorver parte do impacto, especialistas afirmam que os aumentos chegarão às prateleiras já no início de 2026. Afinal, a combinação de maior demanda por IA, redução de oferta de memória e encarecimento dos processadores cria um ambiente em que os fabricantes têm poucas alternativas.

Consequentemente, o consumidor deve se preparar. O próximo ano tende a ser um dos mais caros para quem planeja trocar de smartphone, especialmente no segmento intermediário e premium.

Fonte: Canal Tech