Ato nacional reúne milhares de pessoas em defesa da vida das mulheres em várias capitais.
Manifestações contra o feminicídio reuniram milhares de pessoas em várias cidades do país neste domingo (7). Protestos contra o feminicídio foram organizados por movimentos sociais, coletivos feministas e familiares de vítimas, que organizaram atos nacionais para denunciar o aumento da violência e exigir respostas imediatas do poder público. Como consequência direta dos crimes recentes, a mobilização ganhou força e impulsionou um debate mais intenso sobre a proteção das mulheres.
Com cartazes, faixas e palavras de ordem, participantes pediram justiça e reafirmaram que a sociedade não tolera mais a impunidade. Além disso, manifestantes destacaram que o feminicídio representa uma violação contínua dos direitos humanos e que, por isso, o Brasil precisa intensificar políticas de prevenção.
Ato nacional ocorre em capitais e cidades estratégicas
As manifestações se espalharam rapidamente por diferentes regiões. Em São Paulo, o ato começou no Masp e avançou pela Avenida Paulista, enquanto no Rio de Janeiro a mobilização ocupou o Posto 5, em Copacabana. Em Brasília, manifestantes se reuniram na Feira da Torre de TV e promoveram uma caminhada silenciosa em memória das vítimas.
Além disso, protestos ocorreram em:
– Curitiba (PR): Praça João Cândido
– Campo Grande (MS): Avenida Afonso Pena
– Manaus (AM): Largo São Sebastião
– Belo Horizonte (MG): Praça Raul Soares
– São Luís (MA): Praça da Igreja do Carmo
– Teresina (PI): Praça Pedro II
Organizadoras afirmam que a expansão dos atos reflete a preocupação crescente com a violência de gênero, especialmente porque números recentes mostram um aumento consistente dos ataques.
Casos recentes intensificam clima de indignação
A mobilização ganhou impulso após uma sequência de crimes que chocou o país. Em Brasília, a cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, morreu após sofrer agressões violentas. O soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, confessou o assassinato e segue detido no Batalhão da Polícia do Exército.
Em São Paulo, outro caso provocou grande comoção: Tainara Souza Santos teve as pernas mutiladas depois de ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na marginal Tietê. O motorista, Douglas Alves da Silva, acabou preso por tentativa de feminicídio.
No Rio de Janeiro, duas funcionárias do Cefet-RJ perderam a vida após um colega armado invadir o local e disparar contra elas. Ele se matou logo em seguida. Esses episódios, somados às denúncias diárias, aumentaram a pressão sobre autoridades e fortaleceram a pauta dos atos.
Dados reforçam urgência por políticas estruturais
Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, 3,7 milhões de mulheres sofreram ao menos um episódio de violência doméstica nos últimos 12 meses. Em 2024, o Brasil registrou 1.459 feminicídios, o que representa uma média de quatro mulheres mortas por dia.
Em 2025, o índice continua alto: mais de 1.180 feminicídios já foram contabilizados. Além disso, o Ligue 180 recebe quase 3 mil atendimentos diários, o que demonstra a dimensão do problema. Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu um esforço conjunto da sociedade e defendeu a criação de um grande movimento nacional contra a violência de gênero.
Mobilização pressiona por mudanças e amplia debate público
Os atos reforçam que a população exige investigações rápidas, punições firmes e políticas que atuem tanto na prevenção quanto na proteção das mulheres. Embora o país tenha avançado na criação de leis, manifestantes afirmam que a aplicação das medidas ainda oscila, o que contribui para a continuidade dos ataques.
Com isso, as manifestações se consolidam como um mecanismo importante de pressão social. Elas ampliam o debate, fortalecem redes de apoio e lembram que cada vida perdida representa uma falha coletiva. Enquanto os números permanecem altos, mobilizações como a deste domingo continuam essenciais para alertar autoridades e estimular mudanças profundas.
Fonte: SBT News